O ator, roteirista, diretor e produtor Victor Sjöström é um dos pioneiros e talvez o maior nome do cinema sueco. Você pode até pensar que não. Afinal, onde ficaria Ingmar Bergman nessa história? Sjöström produziu Crise, primeiro filme de Bergman, que afirmou repetidas vezes que deve muito a ele e, em especial A Carruagem Fantasma, obra que ele revia todos os anos. Tanto que convidou Sjöström para o papel principal de Morangos Silvestres, de 1957, onde além de tê-lo à frente do elenco, fez uma homenagem ao seu filme mais conhecido. Escrito, dirigido e estrelado por Victor Sjöström em 1921, o roteiro se baseia no romance de Selma Lagerlöf e a ação se passa na virada do ano. Vemos três bêbados evocando uma antiga lenda que diz que se a última pessoa que morrer em dezembro for alguém com muitos pecados, terá como incumbência guiar a tal carruagem do título. A abertura deste influente clássico do cinema mudo já alerta: "Não é qualquer um que segura as rédeas, porque ele está a serviço de um mestre severo chamado morte". Seria este o caso de David Holm (Sjöström), um homem rude e sem amor? O roteirista/diretor/ator imprime uma narrativa bastante ousada para aquela época. Amor e redenção andam de mãos dadas neste belo e eterno trabalho que Bergman chamava de "o filme de todos os filmes".
A CARRUAGEM FANTASMA (Körkarlen – Suécia 1921). Direção: Victor Sjöström. Elenco: Victor Sjöström, Hilda Borgström, Tore Svennberg, Astrid Holm, Einar Axelsson, Nils Aréhn e John Ekman. Duração: 106 minutos. Distribuição: Obras-Primas do Cinema.