A combinação não poderia ser melhor. Na direção, Michael Curtiz, húngaro radicado nos Estados Unidos e responsável por filmes como, por exemplo, Casablanca. Cary Grant, um ator que dispensa apresentação, à frente do elenco. E um filme que conta a história de Cole Porter, um dos mais talentosos compositores da música popular americana. A Canção Inesquecível romantiza a vida de Porter (Grant) a partir de uma adaptação de Jack Moffitt, que teve o roteiro escrito por Charles Hoffman, Leo Townsend e William Bowers. Tudo tem início em 1912, quando o futuro compositor era estudante de Direito em Yale. Lá, ele se envolve com o teatro e, mesmo herdeiro de uma grande fortuna, se alista para lutar na Primeira Guerra Mundial. Após o fim do conflito, ele compõe canções que fazem muito sucesso em musicais da Broadway. Juntar em um mesmo filme Curtiz, Grant e Porter é realmente um achado. Como obra de ficção, A Canção Inesquecível funciona muito bem. No entanto, em relação à verdade histórica, a obra peca enormemente ao mascarar diversas passagens da vida do compositor: da sua participação na guerra à sua orientação sexual.
A CANÇÃO INESQUECÍVEL (Night and Day - EUA 1946). Direção: Michael Curtiz. Elenco: Cary Grant, Alexis Smith, Monty Woolley, Ginny Simms, Jane Wyman, Eve Arden, Victor Francen, Alan Hale e Selena Royle. Duração: 128 minutos. Distribuição: Classicline.