Fiz oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso de 1995 a 2002, isto é, do começo ao fim. Fui contra inclusive as coisas boas que ele fez: o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e as privatizações. Desta parte eu me arrependo; das outras, não. Até hoje acho que o episódio da reeleição foi um negócio vergonhoso. Mudar as regras no meio do jogo, e daquela maneira, causou grande mal ao país.
Agora, a jornalista Mirian Dutra, com quem o ex-presidente teve uma relação extraconjugal, vem a público dizer que recebia sua mesada através de um contrato fictício com uma empresa vinculada a FHC. Eis uma boa chance para esclarecer as coisas e mostrar que nós, opositores do atual governo, somos ontologicamente diferentes dos petistas. Se existe uma denúncia contra FHC, não interessa o que ele fez de bom ou mau no governo: o caso precisa ser investigado até o fim. Se ficar comprovada a culpa do ex-presidente, ele deverá ser punido conforme a lei. Isso inclui prisão. O mesmo vale para outro ex-presidente, que atualmente emprega todas as suas forças em fugir da Justiça. O comportamento pusilânime da oposição brasileira tem demonstrado que a saída para o país não passa pelo PSDB. Os tucanos, na maioria dos casos, fazem parte do problema, não da solução. É preciso buscar lideranças que não estejam comprometidas com o dualismo esquerdista PT-PSDB. O Brasil precisa de lideranças conservadoras e liberais. Faltam-nos políticos que tenham projetos de governo, não de poder. Que sejam estadistas, não caçadores de votos e verbas. Que tenham idéias claras e factíveis sobre desenvolvimento econômico, educação, saúde, infra-estrutura e segurança pública. Que compartilhem os valores civilizacionais judaico-cristãos. Que diminuam o tamanho do Estado devorador de esperanças. E que, com tudo isso, falem a língua do povo e tratem os cidadãos como seres humanos, não como palhaços votantes. Precisamos, em suma, daqueles que nunca tivemos. Precisamos de um Ronald Reagan, de uma Margaret Thatcher, de um Winston Churchill, de um Alcide De Gasperi, de um Konrad Adenauer. Ainda não sei exatamente quem serão esses homens ou mulheres, mas sei que eles existem. A Argentina encontrou Mauricio Macri. E nós, quem encontraremos?
Precisamos de um governo de direita. De um governo direito.