Bonde Briguet

A ovelha da paz e o lobo voraz

22 jun 2016 às 15:10

Não seja bobo: essa ovelha é um baita lobo!


— Se você um dia precisar escolher entre uma nuvem de gafanhotos e um administrador esquerdista, fique com os gafanhotos.

Depois de três (des)governos do PT, entremeados por (indi)gestões populistas, Londrina finalmente aprendeu a lição. Hoje é mais fácil nevar em Teresina ou o Íbis golear o Barcelona do que nossa cidade eleger de novo um prefeito petista. Triste é que o país teve de passar pelo mesmo pesadelo, nos longos 13 anos de Lula-Dilma. Mas não pense que eles desistiram. Eles são companheiros, não desistem nunca. A estratégia petista agora é intensificar o aparelhamento dos "conselhos populares" e incendiar o país com os "movimentos sociais". Nas universidades públicas, principalmente nos departamentos de ciências humanas, organiza-se a resistência a um "golpe" que só existe na cabeça dos militantes. Se você tem filho estudando lá, saiba que ele neste momento pode estar sendo convocado para uma "assembleia contra o golpe". Deixe-me traduzir: golpe, para eles, é quando os companheiros perdem poder. Essa estratégia não é nova. Em russo, a palavra "soviete" significa conselho. Como perderam o poder central, os petistas agora gritam "Todo poder aos sovietes!", da mesma maneira que seu antepassado Lênin há 99 anos. Querem até implantar um Soviete Nacional de Comunicação — comandado por sindicalistas. Eu prefiro os gafanhotos. Em nossa cidade, há grupos de militantes esquerdistas especializados em vestir as fantasias de lobo ou ovelha, conforme exige a situação. Num dia, eles são ovelhas pregando a paz, a tolerância e o respeito à diversidade. No dia em seguinte, transformam-se em lobos vorazes que não hesitam em atacar violentamente os adversários "capitalistas". A presidente do Ippul, Ignes Dequech Álvares, foi vítima de um desses lobos-ovelhas no último final de semana. Esperamos que os movimentos em defesa da mulher clamem por justiça no caso. Você, caro leitor ou leitora, pode ser a Ignes de amanhã. Nos poemas de Dante e Eliot, existem descrições terríveis do Inferno e do Purgatório. Foi daí que se originou, naturalmente, o termo "dantesco", que podemos atualizar, em nossa época, para "eliotiano". Acredito que as visões infernais coincidiram com a realidade nos campos de concentração comunistas e nazistas. A visão purgatorial, no entanto, possui uma tradução perfeita em reuniões ou assembleias conduzidas pelo PT. Imagino o Purgatório como uma sequência interminável de oradores esquerdistas ao microfone. "Nós somos os homens ocos/ Os homens empalhados/ Uns aos outros amparados/ O elmo cheio da nada. Ai de nós!" Daí você poderia me perguntar: — Briguet, como você sabe que as coisas acontecem assim?

A resposta é simples, meu amigo. Eu já fui um deles.


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