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Se você é estrangeiro, vem para cá.

22 set 2010 às 02:47
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País praticamente fechado aos estrangeiros, é assim que vemos o Japão. E isso não está errado porque eles aqui não gostam muito de se misturarem e parecem viverem bem desta maneira. O problema é que os tempos são outros e o Japão está sendo obrigado a mudar. Aqui estão cheios de chineses e coreanos, mas não podemos considerá-los estrangeiros como os africanos, americanos e europeus. Coreanos e chineses são uma espécie de irmãos de segundo grau desse pessoal. A alimentação, os costumes, as ventimentas são todos parecidos.
O trabalho por aqui está escasso e aquele negócio de trabalho vitalício já era. O salário não sobe e muitos estão sendo obrigados a complementarem suas rendas com outras ocupações. Aí saem entregadores de pizzas, jornais (sim, aqui ainda se entragam jornais de porta em porta) e atendentes de lojas de conveniências. São 5.2% de desempregados em julho, pouco para os padrões mundiais mas uma enormidade por aqui.
A população envelhece rapidamente. São mais de oito milhões de pessoas acima dos 80 anos e outros 29 milhões maiores de 65 anos, o que representa mais de 25 % do total da população. Crianças quase não nascem, as mulheres não querem casar, os homens não arrumam pretendentes e o país perde a força de trabalho. O ônus financeiro desse envelhecimento chega rápido e as reações estão começando a aparecer.
Aqui tudo é movido pela força econômica e as grandes empresas, mais do ninguém, sabem disso. Então, a Panasonic resolveu abrir 750 vagas para empregados estrangeiros, pois querem arejar o jeito de trabalhar. Querem aproveitar o potencial de cada um e buscar novas oportunidades.
Para formar líderes, eles apostam na criatividade e visão dos não japoneses. As vendas da Panasonic no exterior representam quase a metado do seu faturamento atual e querem chegar a 10 trilhões de ienes em 2013 (não falei que tudo aqui é dinheiro).
A Mitsubishi Heavy Industries quer chegar a 15 mil funcionários estrangeiros. Estão em pleno processo de globalização de seus negócios e querem por querem mais "gaijins".
Outra mudança drástica está acontecendo no grupo Rakuten, dono do maior shopping virtural japonês. Lá, quem quiser subir na hierarquia só poderá falar em inglês. Eles querem atingir 27 países que não estão interessados em kanjis. O grupo Fast Retaling, pertencente ao homem mais rico do Japão pretende contratar 300 estrangeiros para levar a marca Uniqlo para o resto do mundo. Lá também não se conversa em japonês.
Na Nissan e na Sony as reuniões são todas em inglês e ninguém reclama. Seus gerentes são proibidos, nos corredores da empresa, de conversarem em japonês.
Por isso, se você tiver alguma qualificação vem para cá, quem sabe não nos encontramos no Barbacoa ou no Braziliano e comemos uma boa picanha.
Agora, como os japoneses são previnidos, já estão começando a treinar uma nova geração que tentarão garantir a soberania de tudo o que foi construído até agora. Dá uma olhada nos vídeos abaixo e entenderão o que falo.
Vem, vem prá cá!

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