Beirada nipônica

Parabéns Brasil

30 out 2011 às 08:21

Com as ruas iluminadas e os preparativos para festejar o término de mais um ano (sim, aqui o preparativos começam cedo), fico a pensar, mais uma vez, sobre tudo o que aconteceu nestes meses desse ano. Preciso de um esforço enorme para pensar apenas no positivo tentando esquecer os terremotos, maremotos, destruições de vidas e lares, mau tratos com as crianças e idosos. Não é fácil ficar procurando lembranças bonitas, cor de rosa, mas sabendo que precisamos seguir em frente, não baixo a guarda e vou lá ao fundo dealma me encontrar com a paz, a esperança e quem sabe um grande sorriso. Assim tudo tende a ficar mais leve e bonito, e é assim que penso em me preparar para enfrentar esses dois últimos meses, que serão dentro do meu pequeno e isolado mundo, um lugar maravilhoso.
No momento onde tudo é pasteurizado, onde tudo é irritantemente igual, procuro diversificação tentando enxergar algum um colorido neste mar de cinza e negro. Acho até, que essa ausência de luz, é o que faz filhos matarem os pais, irmãos acabarem com a vida de outros irmãos, brancos acusando negros, católicos rebatendo com muçulmanos e bombas explodindo em vários lugares. Uma batalha sem vencedores, uma luta horrivelmente ignorante. Mas se nesses momentos olhássemos para o céu perceberíamos que ela é da mesma cor em qualquer parte do mundo, dando mostras assim da nossa igualdade perante o Universo.
Já escrevi inúmeras vezes que a sociedade japonesa é uma só em todos os sentidos. No inverno a população se veste de preto ou marrom, aos homens a obrigação de prover o lar, às mulheres à incumbência dos cuidados com as crianças, as escolas com o mesmo sistema de ensino em qualquer parte do país e métodos atrás de métodos, regras atrás de regras. Nenhum improviso, quase nenhuma novidade social.
Para fugir disso e procurando um pouco de colorido por esses tempos é que acabando lembrando do Brasil e sua tão falada diversificação e originalidade. Eu sei que não são todas as originalidades brasileiras que são louváveis, mas por enquanto, prefiro esquecer esse negócio de seqüestro relâmpago, arrastão e outros golpes originais. Penso nas maneiras que o povo encontra para sobreviver, para criar, para estar de bem consigo mesmo. Nesta hora, parabéns Brasil.

Ave Maria


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