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Os centenários, a imigração e a terceira posição

04 set 2010 às 00:26
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Não se assustem com o longo título deste post. Esses dias aconteceram coisas interessantes por esses lados e acho legal contar para vocês.
O primeiro caso são os dos velhinhos com mais de cem anos. Vocês estão cansados de saber que 25% da população japonesa são formados por pessoas com mais de 65 anos e que a expectativa de vida deles estão entre as mais altas do mundo. O governo paga uma pensão especial para os que atingiram cem anos e parece que são muitos. De tempos em tempos um fiscal visita a casa dos idosos para verificar se estão vivos, e este ano quando isso aconteceu, verificou-se que mais de 200 centenários estão desaparecidos. Essa busca pelos velhinhos começou quando foi descoberto em sua casa os restos mortais de um homem que deveria estar com 111 anos. Suspeita-se que ele morreu há mais de 30 anos e não foi comunicado pela família que continuou a receber a pensão em nome do falecido. A mesma situação aconteceu em outras províncias e as estatísticas sobre o número de centenários vivos no Japão estão sendo questionados.
A imigração é um caso à parte. Por causa da crise econômica em várias partes do mundo, muitos japoneses estão retornando ao país. São idosos que saíram cedo em busca de uma melhor oportunidade e hoje com filhos e netos estabelecidos, voltam à terra natal para viverem seus últimos anos. Interessante é que mesmo depois de 70 anos fora do Japão essas pessoas sentem-se japoneses como se não tivessem vividos em outro lugar.
A terceira posição é o lugar que o Japão ocupa na economia mundial. Foi ultrapassado pela China. Não sei como são feitos os cálculos para definir a posição econômica de cada país, mas não consigo acreditar que lá na China vive-se melhor que no Japão. A quantidade de chineses que visitam o Japão atrás de produtos "originais" não me deixa mentir.
Mas o que mais me intrigou foi que ninguém deu a mínima bola para perda da segunda posição econômica. A notícia que marcou mesmo foi a descoberta de que as estatísticas e a falta de controle dos centenários é falha para não dizer inútil. Já os imigrantes quando entrevistados pelas redes de TVs japonesas pareciam que estavam completamente integrados não dandos mostras de que não viveram por aqui nos últimos 50 anos. Será que tudo isso é natural num país que gosta de controlar cada passo de sua população? Estranho, muito estranho.

Sou japonesa

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