O professor Shinya Yamanaka da Universidade de Kyoto e John Gurdon da Universidade de Cambridge ganharam o Prêmio Nobel de medicina deste ano.
O prêmio foi pela descoberta de um método para gerar células estaminais pluripotentes induzidas, que recebem o nome de iPS. A descoberta mostra que uma célula adulta reprogramada pode se transformar em qualquer tipo de outra célula. O trabalho de Yamanaka foi a partir de células da pele e do Gurdon com a célula de uma rã.
John Gurdon descobriu essa possibilidade em 1962 e Shinya Yamanaka deu sequência ás pesquisas e por isso, ambos ganharam o prêmio.
A descoberta abre ótimas perspectivas para a medicina regenerativa. Yamanaka é o décimo nono japonês a ganhar o Nobel e o segundo em 25 anos a vencer na categoria medicina.
Não, não sei nem entendo nada de pesquisas pluripotentes.
Um leigo como eu que não sabe o que é iPS ou mesmo de medicina regenerativa, por isso, o que me marcou realmente foi outra coisa. Foi a presença da esposa de Yamanaka durante as entrevistas concedidas em diversos meios de comunicação. Fato raro por esses lados, onde as mulheres ainda são colocadas a um passo atrás dos homens.
Acho que para muitos ocidentais isso passou despercebido, pois é relativamente comum casais "famosos" darem entrevistas ou vermos mulheres ser o centro da atração. Mas aqui no Japão isso é mais raro do que imaginamos.
Mais interessante ainda é que ela é entrevistada e responde a todos como alguém que notadamente participou de todo o processo.
Shinya Yamanada tem 50 anos e se formou em medicina na Universidade de Kobe. Passou uma temporada nos Estados Unidos e quando retornou foi trabalhar na Universidade de Kyoto onde é professor e pesquisador. Possui duas filhas e disse que pensou várias vezes em desistir das pesquisas mas que sempre foi encorajado pela esposa. Razão dela estar sempre presente ao seu lado durante as entrevistas e durante a vida.
Nobel para ela também.
Shinya Yamanaka na Universidade de Kyoto