Aqui no Japão tivemos várias trocas de Primeiro Ministro nos últimos dois anos o que sinalizava uma insatisfação da população com a situação econômica, educacional e moral do país. Hoje o sr. Kan está no poder prometendo um série de reformas e incentivos.
No Brasil também teremos a troca do presidente e parece que os candidatos buscam votos de maneira ferrenha, vendendo sonhos de melhoria geral.
Miriam, minha amiga de infância sempre antenada nas coisas do Brasil e uma cidadã em tempo integral, enviou um e-mail que fala das atitudes individuais para o progresso do país.
O que é que isso tema ver com o Japão. Tem a ver que uma das razões do fantástico pogresso desse país nas décadas de 60 a 80 foram exatamente a mentalidade de um povo que queria mudar, reconstruir, fazer surgir um novo país.
Além dos obvios investimentos na educação, saúde e tudo o que é ligado ao social, a atitude diária dos cidadãos fez a diferença. O respeito ao que é público (orelhões, parques, postes de iluminação, etc.) e o respeito ao que não lhe pertence mudaram a cultura do Japão. Aqui você não pega o que não é seu, ninguém aperta um tomate na feira, não arranca uma ameixa do pé, não invade um quintal sem muro, não utiliza a energia elétrica do vizinho e nem do poste a frente. Derrubar uma árvore, jogar lixos no chão ou invadir uma propriedade está completamente fora do contexto japonês de viver a vida.
O que eles fizeram no dia a dia até chegar aos mitsubishis, panasonics, toyotas e shinkansen da vida não deve ter sido fácil.
Ainda existem muitas coisas para consertar, principalmente nessa geração mais jovem que cresceu sobre o manto do emprego vitalício, da tecnologia avançada, dos alimentos em abundância, da facilidade nos transportes.
Falo tudo isso porque, como no vídeo que recebi da Miriam, acredito na atitudes individuais, naquilo que fazemos no dia a dia. No trabalho de migalha, de formiguinha, longe dos holofotes.
Tenho dois filhos ainda pequenos e faço questão de mostrar, dentro de um conceito de educação, que nada será melhor do que fazer as coisas melhores. Tento mostrar que a vida e o país onde se vive pode mudar se você se decidir mudar.
Isso que eu escrevo aqui não tem nada especificamente com o Japão, mas tem a ver com toda as pessoas que buscam dar o melhor, fazer as coisas certas.
O vídeo