Beirada nipônica

Kagemu - Arte marcial, dança e tecnologia

19 fev 2012 às 21:19

Cresci ouvindo que os nipônicos possuiam pouca criatividade. Na época em que havia apenas a "pick up" Bandeirantes da japonesa Toyota circulando pelos caminhos esburacados de sítios e fazendas, muitos diziam que o Japão apenas compiavam e tentavam aperfeiçoar modelos de carros já existentes da General Motors e Ford, na época dos maiores fabricantes de carros do planeta. Eram considerados uma espécie dos chineses atuais, que copiam tudo e vendem como se fossem originais.
Na verdade, eu até concordava com essa tese porque era assim mesmo que os nikkeis se apresentavam. Tudo bastante homogêneo, andavam e viviam em grupinhos, além de frequentarem todos os mesmos lugares.
Observando esse modo de vida, não era mesmo para pensar coisas diferentes. Eram iguais demais em tudo, inclusive naquilo que pensavam.
Prestavam vestibular para engenharia, medicina, odontologia e outras áreas "nobres", e ocupavam quase metade das classes. Cursar Educacação Física como eu, era considerado um desvio de conduta grave. O pensamento reinante era: "vai ser professor?" ou "vai viver do quê?".
Mas hoje, entendo tudo de maneira diferente. Percebo que aqueles grupinhos eram apenas uma maneira de manter a harmonia, um jeito de fortaceler a imagem, uma defesa para os membros.
Dias atrás assisti uma apresentação espetacular de Katsumi Sakakura do Orientarhythm, que mistura artes marciais, dança, coreografia ímpar e muita tecnologia.
Para mim é uma prova concreta de que tudo pode era diferente. Sem falar de tudo mais que saiu deste país, desde os primórdios Walkman até os automóveis híbridos de hoje em dia.

Black Sun - 2011

Paris - 2012


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