Ao todo foram mais de 25 mil participantes de vinte e três países. Uma festa para preservar as tradições dos que nasceram em Okinawa.
Para quem não sabe Okinawa é um conjunto de quatro ilhas no extremo sul do Japão. De lá é que partiram muitos japoneses para mundo por causa da guerra. Foi a quinta edição do festival e do Brasil participou com 1200 pessoas, a maioria da Vila Carrão, bairro da zona leste paulistana. Muitos deles marinheiros de primeira viagem, netos ou esposas dos descendentes. Como tudo por lá, a festa foi um colosso e aconteceu entre os dias 13 e 16 deste mês.
Apesar da aparente tranqüilidade reinante na ilha, o local abriga uma enorme base aérea americana que tem causado, faz algum tempo, alguns problemas sociais. A ilha sofreu grande influência chinesa, por isso, muito da sua arquitetura é diferente do restante do Japão, incluindo o formato e as cores dos castelos e edifícios antigos. Como a base militar americana está lá faz muitos anos, muitos soldados casaram com japoneses transformando a ilha praticamente num outro país.
"Unchinanchu" significa "pessoa de Okinawa" e parece que eles gostam de manter as tradições passando de geração para geração as palavras e as culturas da ilha. Dizem que o dialeto utilizado pelos idosos é incompreensível para os japoneses. Mais uma razão para preconceitos e discriminações.
A fisionomia das pessoas também é diferente do restante do Japão o que provocou mais discriminação. Não sei se foi inveja ou outro sentimento, mas sei que até hoje esse preconceito existe. De forma velada, mas existe.
A população de Okinawa são mais tranqüila, possuem os olhos maiores, a pele morena e as roupas coloridas em qualquer época do ano. Parecem uma mistura de havaiano e filipino. Para mim, uma mistura legal e diferente.
Por lá temos frutas tropicais como manga e goiaba, além da mandioca e cana de açúcar, que é vendida em pequenos saquinhos, descascada e pronta para ser consumida. Nesse ponto, palmas para os comerciantes locais. Nos supermercados também não faltam chuchus, agrião e abobrinha.
Se eu pudesse, mudaria para lá.
Shimanchu no takara