Beirada nipônica

Essa estranha violência

09 mai 2010 às 20:15

Mesmo sendo um dos países mais seguros do mundo, alguma coisa estranha começa a acontecer por esses lados. Há quinze anos quase não ouvíamos notícias sobre assassinatos, roubos, etc. Hoje, esse tipo de noticiário é semanal e tenho a impressão de que vem aumentando.
Interessante é que a violência japonesa não é por causa de drogas, roubo à bancos, sequestros ou por outro vício qualquer. A violência japonesa, muitas vezes é inexplicável. Recentemente encontraram partes do corpo de uma mulher que foi "picada" por algum motivo ainda não desvendado. Um rapaz foi preso porque colocou fogo na própria casa matando toda a família. Ele ficou bravo porque o pai o mandou trabalhar. No inverno passado um maluco deixou o filho de castigo na varanda e ele morreu de frio. Tinha somente 11 anos.
Semana passada prenderam um casal tentando roubar mercadorias no supermercado. O que chamou a atenção dos seguranças foi a quantidade de produtos selecionados na hora do roubo. Ele de 42 anos e ela com 38 anos acompanhada de uma menina de 2 anos. Foram até o carro e encontraram outra criança enrolada num cobertor. Só que morta! Segundo os policiais, a criança poderia estar morta a vários dias. Outro casal está preso porque agrediu sua filha de dois anos até matá-la. Ela chegou ao hospital cheia de hematomas e pesando apenas metade do que seria normal para uma criança na idade dela. Aqui ninguém passa fome, os benefícios sociais existem e os assassinos estão todos empregados. E aí, o que vocês me dizem de um casal como esse?
Nota-se que a violência japonesa é, vamos dizer assim, mais cruel porque envolve em sua maioria inocentes crianças ou pessoas idosas, ambos sem nenhuma possibilidade de defesa. Ninguém mata por dinheiro, por precisar de cocaína, por falta de escolas. Aqui mata-se porque grande parte da população está doente, sem afeto, sem diálogo, sem amigos. É cada um para sí, no isolamento do seu mundinho.
Como sabemos, existem diversos tipos de violência e algumas nem notamos porque não vivenciamos. Deixar alguém morrer de fome lá na África é um ato de violência? Não ajudar o semelhante porque perdeu o emprego é um ato de violência? Não ouvir teu próprio filho por alegar falta de tempo é um ato de violência? Pensem e me respondam. Me ajudem. Estou querendo sair desse comodismo que me cega.

Este vídeo não é do Japão, mas serve para refletir.


Continue lendo