Em 2020 o Japão sediará a Olimpíada e o país trabalha firme para não decepcionar. Vários projetos já estão em andamento, tudo com organização, bem ao feitio do pessoal daqui.
Algumas obras de infra-estrutura já começaram e a principal delas é a demolição e a construção de um novo Estádio para a abertura dos jogos. O velho "Kokuritsu" foi isolado por tapumes e por uma enorme rede de nylon, e aos poucos, em silêncio, está sendo demolido. Placas de trânsito e informativos que ficam nas ruas, nos metrôs e estações de trens estão sendo refeitos em inglês para facilitar a vida dos estrangeiros.
Mas a grande preocupação dos organizadores está sendo a pequena quantidade de pessoas que falam inglês com fluência, pois se sabe que haverá enorme necessidade de contratar intérpretes para assessorar as delegações.
Muita coisa tem sido feito a respeito, mas de maneira lenta, pois aprender uma outra língua não é uma coisa tão fácil assim. E os japoneses não querem ficar "meia-boca", pois é sabido que eles buscam a perfeição. Por isso, está em andamento uma imensa campanha para que muitos possam aprender inglês, que bem ou mal é considerado a língua universal, e não temos como fugir disso.
Até tempos atrás não era obrigado o ensino do inglês no primário, e no ginásio era apenas para "inglês ver", pois ninguém dava muita bola para a matéria que tinha pouco peso na hora dos exames de admissão.
O Japão sabe que está atrasado nesse quesito, e ainda hoje, tem muita gente que acha não ser necessário saber falar uma segunda língua.
Mas as coisas estão mudando e deve favorecer quem já possui base na língua inglesa, já que o ensino passou a ser obrigatório nas escolas públicas. Tudo ainda é muito crú, e as crianças ainda estão naquelas fases de repetirem o que as professoras dizem, tentando aprender a pronúncia, sem sequer saber o que estão falando. Não sei se isso dará certo, mas que eles estão correndo atrás do prejuízo, é notório.
Durante esta semana fui assistir ao "english speech contest" na escola do meu filho, que foi escolhido juntamente com outras crianças para falar sobre variados temas, que iam do "my family", passando por "thanks for everything" até chegar no "my life".
Já havia assistido o meu filho mais velho participar do mesmo evento nos últimos cinco anos, mas desta vez notei um salto de qualidade impressionante. A maioria dos alunos que subiram ao palco já haviam ido ao exterior passar uma temporada para aprender um pouco mais, e pelo jeito voltaram bem melhores. A pronúncia, principal dificuldade dos japoneses, está melhorando e acho que dentro de uns oito anos já haverá um batalhão de japonesinhos fluente em inglês, o que só melhorarão as coisas por aqui, porque nada mais saudável do que ares vindos de outro continente.
Só para complementar... a turma que falou inglês está na faixa etária de 13 a 15
Os meses do ano em inglês