Beirada nipônica

Bullying e Osprey - gritaria que não dá em nada

19 ago 2012 às 04:04

Londres chamou nossa atenção por vários dias. O maior evento esportivo do mundo é realmente uma coisa linda. Ver aquele pessoal saudável, bonito e cheio de energia é contagiante. A emoção nas vitórias ou derrotas fica marcada em todos nós, uma coisa impressionante.
O assunto Olimpíadas ainda não acabou, mas outras coisas aconteceram enquanto víamos os melhores atletas do mundo.
O que mais foi comentado aqui, mais uma vez, foi o bullying sofrido por um garoto de 13 anos que o levou ao suicídio. Isso é bem comum na sociedade japonesa em geral. Começa na escola e continua pela vida adulta nas empresas. O perfil dos que sofrem o bullying é bastante parecido. Normalmente são "os mais tímidos ou diferentes", e diferentes significa estar fora do que à sociedade define como normal. Normal é ter cabelos negros e lisos, ser obediente, falar baixo, respeitar os veteranos e ter idéias muito próximas dos chefes.
Na escola os tímidos e fisicamente fracos são agredidos e feitos de bobos. Dessa vez o que pegou foi que a escola deu uma de "joão sem braço". Os professores e diretoria deram declarações dizendo que não sabiam de nada, quando uma pesquisa junto aos alunos mostrou que todos sabiam que o rapaz estava sendo perseguido e explorado.
Por causa dessa mentira ouve até intervenção policial na escola. Arquivos e computadores foram checados à procura de informações. A conclusão foi que os responsáveis (professores e diretor) foram negligentes. Aí, os pais resolveram entrar com uma ação contra a escola pedindo indenização.
Por tentar obstruir o trabalho de investigação do bullying, Kenji Sawamura, 65 anos, diretor da escola, foi agredido por um universitário que com um martelo e feriu a cabeça. A intenção era matar o diretor.
Outro tema constante foi a aceitação ou não dos aviões Osprey na base americana de Okinawa. Os moradores fizeram passeatas e gritaram palavras de ordens para chamar a atenção. O governador também disse ser contra e a coisa foi parar em Tóquio, que enviou técnicos para verificar se os aviões não seriam perigosos para a população. É que o Osprey sofreu um acidente no Marrocos causando a morte da tripulação, aí o povo achou que o avião não seria seguro. Conversa vai, conversa vêm, os americanos mostraram que a acidente foi causado pelo erro do piloto. Aí, as autoridades convenceram a população de Okinawa, próximo a base de Futenma, de que a coisa não é tão feia assim. As passeatas acabaram e ninguém falou mais nada. Viu, para que bullying numa população tão dócil?

Osprey


Continue lendo