Beirada nipônica

As separações triplicam

15 nov 2011 às 10:47

E pensar que há pouco tempo os japoneses estavam entre os povos com maior estabilidade familiar. O número de separações era desprezível e parecia que era assim que deveria ser.
Tenho muitos conhecidos japoneses, talvez até mais do que brasileiros, e quase todos conhecem alguém que se separou ou está divorciado. No condomínio onde moro, quase um terço são de famílias que vivem apenas com um dos cônjuges. O melhor amigo do meu filho têm os pais separados. O goleiro do time também é separado. No escritório possuem pelo menos uns cinco divorciados. E acho que deve ser assim pelo país inteiro. Entre a comunidade brasileira a coisa é ainda pior. Sem estrutura emocional para viverem num país com a cultura tão diferente, os casais brasileiros entram em parafuso. E não importa se são casados há algum tempo, se possuem filhos, se são jovens ou maduros. A falta de perspectivas, a rotina maçante, a escassez de lazer, tudo parece contribuir para que o amor vá embora.
Sem querer entrar no mérito se são felizes ou não, acho que alguma coisa precisa ser feita por causa das conseqüências.
Sei que os mais renomados psicólogos falam aos quatro ventos que melhor separar do que viverem infelizes, e acho que isso está certo. Mas acho também que está havendo um exagero por parte dos casais em arrumarem a mala por qualquer coisinha. Parece que a paciência e compreensão não constam na vida de quase ninguém por aqui. Para variar, as crianças é que sofrem, porque a maioria delas não estão preparadas para entenderem a complexidade da situação. O que percebo é que daqui a pouco não haverão mais famílias, nem pais que possam cuidar dos filhos conjuntamente, que possam sair para um pic-nic, ir ao cinema. A coisa está feia e sem solução fácil.
Não sei se é falta amor, compreensão ou as duas coisas juntas. Não sei se as pessoas estão casando com suficiente maturidade. Não sei se é a sociedade atual que já não valoriza a união. Não sei se é egoísmo ou fuga. Não sei se o mundo sobreviverá sem a estrutura familiar, sem os almoços aos domingos, sem a presença do outro. O mundo também está ficando um pouco mais triste por estes lados também.

Perder o amor


Continue lendo