Beirada nipônica

A magreza das japonesas

24 jun 2012 às 02:16

Os japoneses em sua maioria são magros. Num país homogêneo com o Japão, ficar fora dos padrões sociais é correr sério risco de ser ridicularizado, sofrer retaliações e gozações. Se tudo acontece quando se é muito jovem, essas "brincadeiras" podem afetar seriamente uma pessoa.
Aqui tudo é praticamente programado, e acho que isso tem grande influência da natureza porque as estações estão todas separadas e os homens seguem ou tentam seguir esse rítmo. Agora, por exemplo, estamos na estação das chuvas que vai até o início de julho. No verão que começa em seguida também tem o período determinado e tudo o que se relaciona a esse período termina no ultimo dia agosto. Então, piscinas e parques aquáticos, mesmo estando muito calor, fecham as portas no dia determinado. Em seguida as lojas começam a expor roupas para a estação seguinte, que é o outono, mesmo que a temperatura esteja por volta de 35 graus. Da mesma forma que no outono as folhas amarelam e caem, no inverno neva muito e na primavera os pólens causam sérios problemas de alergia. São assim todos os anos. O que manda aqui é o calendário e não o que acontece "in loco".
Voltando aos padrões de comportamentos, é notória a influência da moda na maneira das jovens se conduzirem. Andando pelas ruas de qualquer cidade é bastante comum encontrar pessoas magérrimas, com aspecto de desnutrição profunda. São feias, ossudas com aspecto de pessoas sem energia.
Aqui as modelos, que ditam as regras e padrões de beleza e tem influência muito maior do que nos paises ocidentais, são magras e dizem abertamente que não comem praticamente nada para ficarem dentro dos padrões que a carreira exige. Ou seja, fazem tudo isso para terem mercado de trabalho.
Isso tudo tem causado um grande problema de saúde. Tem aumentado consideravelmente os casos de anorexia nervosa que normalmente começam nas escolas onde os alunos adolescentes são mais influenciáveis aos padrões impostos.
Para mim tudo isso seria muito simples de resolver se o corpo docente das escolas orientasse seus alunos sobre a não necessidade de seguir certos padrões comportamentais. Eles poderiam incentivar que cada um encontrasse seu próprio caminho, sua própria identidade. Mas como os professores também sofrem sérias restrições, acho que no momento isso ainda não é possível. Enfim, estamos falando de um país com toda a infra-estrutura necessária para poder viver bem, mas que possuem doenças "desnecessárias" impondo comportamentos que escravizam os jovens em formação. Uma revisão sobre isso seria bem vindo por parte do governo, dos pais e da sociedade em geral, pois não é fácil você encontrar cara a cara com alguém que pesa 24 quilos, mede mais de 1.60cm, jovem e promissor. Dói na alma.

Anorexia


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