Beirada nipônica

A invisível falta de saúde

16 jun 2012 às 08:30

O titulo não tem nada de misterioso, nem de nenhum assunto psicológico profundo. Já escrevi aqui algumas vezes, mas achei por bem tocar no assunto novamente. Falo sobre a solidão que rondam muitas cabeças por esse Japão longínquo (será que essa palavra existe?). Não é raro deparar com algum conterrâneo e conversa vai, conversa vem, saem nas entrelinhas à solidão tão escondidinha em algum lugar da alma. Não que isso por si só seja um problema descontrolado, pois todos têm uma pontinha de solidão em algum lugar. É que as coisas estão num nível tão elevado que começa a ficar preocupante. Muitos ficam prostrados em frente das televisões, outros não saem da web como que buscando um mundo novo pelo monitor, muitos, e são muitos mesmos o que tentam encontrar o recheio para a vida nos sites de relacionamentos. Nesse ponto, não tenho dúvidas, a tecnologia veio para ajudar. Mas essa ajuda não é a solução para tanta desesperança, medo do amanhã, solidão em meio à multidão.
Longe de querer analisar as coisas tecnicamente, percebo gente e mais gente com um buraquinho na alma a espera de uma surpresa, um afago, um verdadeiro amigo.
É... porque amigo não é fácil de encontrar em lugar nenhum, ainda mais quando resolvemos tentar nova vida do outro lado do planeta, com a cultura, grafia, alimentos, clima e trabalho completamente diferente do que um dia vimos. A vida do brasileiro em terras nipônicas não está nada bem.
Para mim, solidão destrói homeopaticamente. Tira seu entusiasmo, desvia seus sonhos, deixam várias coisas bem longe das nossas aspirações. Tudo isso sem que a pessoa perceba.
Tenho encontrado muitos conterrâneos por esses lados, quase todos têm alguns "amigos", outros estão com os filhos ou famílias. Mas todos estão de uma maneira ou outra, caminhando sozinhos, meio que desamparados, meio que perdidos nos rumos da vida.
A solução? Acho que se fortalecerem interiormente, não deixando seus sentimentos positivos dependentes de outros. É se alimentar de lembranças gostosas, recordarem os bons tempos (todos temos alguns bons tempos), sorrir, ser caridoso, otimista e, sobretudo aprender a ver as coisas como elas são, sem fantasias. A realidade é uma ótima vitamina para qualquer coisa. Receber um abraço seja talvez a melhor fonte de energia para deixar a solidão longe. Portanto, vamos começar a trocar abraços. Verdadeiro, é claro.

Abraços cheios de energia


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