A agressividade é um problema comportamental muito comum e também um dos problemas mais perigosos enfrentados pelos tutores, pela família, visitas e outros animais. A agressão canina é considerada um problema de saúde pública importante, pois este comportamento ultrapassa o seio familiar atingindo a sociedade, os vizinhos, os parentes, veterinários e outros que possam ter contato com o pet.
É importante destacar que a agressividade não deve ser enfrentada sem preparo, ou seja, sem conhecimento comportamental. Por isso, deve-se procurar ajuda especializada o quanto antes para que a questão não se agrave ou ocorra algum acidente. Este problema abrange uma ampla variedade de sinais que podem demonstrar este tipo de comportamento, sinais como a postura corporal, expressões faciais do cão, rosnados ou mesmo o ataque propriamente dito.
Estudos mostram alguns tipos de agressividades, como aquela por dominação canina, agressão relacionada a conflitos, agressão por posse, agressão relacionada ao medo, agressão territorial e protetora, agressão predatória, agressão induzida por dor, agressão por brincadeira, agressão materna e agressão por transferência. Há ainda outros tipos de agressões com incidência um pouco menor.
Sem entrar no mérito de cada um, mas de forma genérica, gostaria de alertá-los quanto aos cuidados que devemos ter quando nos depararmos com tais situações.
Primeiramente, a segurança deve ser primordial: tanto a do cão quanto a das pessoas que ele pode ter contato.
A princípio, devemos buscar entender qual é o tipo de agressividade e o que motiva o animal a ter este comportamento. A partir de então, comece a mudar a rotina ou os estímulos que podem desencadear a agressão. O ideal é dessensibilizar o pet ao uso de focinheira para que ele a use sem estresse e também não haja a possibilidade de morder pessoas ou outros animais. Devemos acostumá-lo com o uso de guias para que possamos mostrar certos limites e, em algumas situações, mostrar ao pet que não há motivos para atacar.
Se um cão busca atacar visitas quando elas entram em nossas casas, o ideal é que ele esteja com a focinheira, em uma guia para que não alcance a visita e, então, fazer associações positivas, como oferecer brinquedos para que ele possa roer e dar alguma comida muito saborosa, como saches e petiscos, como forma de ele associar a chegada da visita com algo muito agradável.
Lembrando que neste caso o uso da focinheira é recomendado para que ele se frustre caso tente atacar.
As punições severas também não podem ser utilizadas, pois podem levar o cão a reações dominantes e defensivas, potencializando assim a agressão.
Deve-se evitar também o confronto direto. Para que possamos mostrar ao pet que nós estamos no comando, devemos fazer isso de forma que respeite seus limites e que seja prazerosa para o cão, como ir recompensando ele ao passo que ele deixa de responder de forma agressiva.
Este treino deve ser aumentado de forma gradativa até que ele compreenda que vale mais a pena não atacar, pois está sendo recompensado positivamente por isso.
A agressividade deve ser levada muito a sério! E quanto antes for corrigido o problema, menor os riscos de ataques.
Para realizar estes treinamentos de forma satisfatória, é importante que se tenha o auxílio de um adestrador para orientar e definir uma rotina indicada para cada situação.
Boa sorte!
Por Paula Miranda, adestradora e franqueada da Cão Cidadão