Aproveitei o sábado de folga para zapear na tv e dei sorte de pegar um episódio de "Meu Gato Endiabrado" no início. Eu adoro esse programa porque seu apresentador, Jackson Galaxy, dá umas dicas muito legais. Em um dos casos que ele atendeu hoje, um casal tinha um gato que miava durante longos períodos, subia pelos móveis e mordia seu tutor. Eles eram budistas e tinham o hábito de entoar cânticos logo cedo. Enquanto isso o gato ficava miando e subindo nas coisas, o que deixava a mulher enfurecida e o que era para ser um momento de paz e meditação virava um inferno.
Galaxy percebeu que eles não davam atenção para o gato, não brincavam muito com ele. Além disso, ela queria um silêncio absoluto durante os cânticos, para não se desconcentrar, o que nem sempre é possível, independente de você ter um gato ou não. Outro apontamento feito por ele é que não havia nenhum brinquedo ou arranhador para o gato na casa, é como se ele não fizesse parte da família.
Fiquei pensando que muitas pessoas agem da mesma maneira. Levam um pet para casa e não se preocupam em saber quais as necessidades dele. Cuidar bem de um animal vai muito além de dar comida, água, abrigo e cuuidados veterinários. Eles precisam receber atenção, serem estimulados a brincar e a interagir com a família, tanto que deixar um cão isolado no quintal o tempo todo também é uma forma de maus-tratos.
Os gatos, por exemplo, gostam de se esconder e ficar em lugares altos. Isso faz parte da natureza deles e não é justo mudarmos isso. Devo deixar que subam em qualque lugar então? De forma alguma, o segredo para uma boa convivência é tornar o ambiente bom para humanos e animais.
Em casa, por exemplo, não permito que meus gatos subam na mesa, na pia e nem no fogão, por questões de higiene e segurança. Em contrapartida, coloquei prateleiras na casa para que fiquem em lugares mais altos. Eles podem também subir nas estantes e guarda-roupa, além da cama. Telas nas janelas permitem que eles passem muito tempo observando os pássaros do lado de fora, sem risco de se machucarem. Também tenho arranhadores, tapetes e caixas de papelão que eles gostam de arranhar e se esconder. Eventualmente sobra um pouco para a minha cama, mas ao adotar gatos eu tinha noção de que isso poderia acontecer. E isso é muito importante, saber que por mais que ensinemos, hora ou outra eles vão fazer alguma arte. Isso faz parte da natureza deles e também da nossa. Quem não quer correr esse risco não deve levar um pet para casa.
Ah, e para quem ficou curioso sobre o final do episódio, o Galaxy indicou muitas brincadeiras com o gato - pelo menos 40 minutos por se tratar de um gato jovem e muito ativo, muito carinho, mais brinquedos pela casa. E também fez um exercício muito legal com a mulher. Ele pediu para ela montar um castelo de cartas de baralho. Toda vez que ela estava bem concentrada, ele tocava no celular um barulho diferente: britadeira, vacas mugindo, cachorros latindo. Ela se desconcentrava, derrubava tudo e ficava muito irritada, até que entendeu que os barulhos sempre vão acontecer. O gato ficou mais tranquilo com as brincadeiras e carinho e parou de correr pela casa o tempo todo.