Está certo que muitas vezes nós nos encantamos mais com os brinquedos do que os nossos pets. Quem nunca pagou caro por um brinquedo no petshop e viu o gato ignorá-lo que atire a primeira bolinha de papel.
Mas a tecnologia está sempre evoluindo e com ela, cada vez brinquedos mais legais estão chegando ao mercado. O zootecnista e especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi, esteve na Global Pet Expo, considerada uma das maiores feiras dedicadas aos animais de estimação do mundo, que aconteceu em Orlando, nos EUA, de 21 a 23 de março e conta um pouco do que viu por lá.
"Uma das novidades que mais me chamou a atenção foi um ratinho robô, que simula uma presa para que os gatos possam perseguir e capturar, dando espaço ao instinto natural de caça desta espécie. Feito com tecnologia de aspiradores de pó, o ratinho consegue desviar de objetos pela casa. Além disso, ele foge do felino, vira, desvira e até treme e grita quando é capturado. Na minha opinião, essa será uma tendência cada vez mais comum como brinquedo interativo para os animais de estimação, pois oferecer um rato vivo para o felino caçar é considerado cruel. Esse brinquedo é muito importante para que o gato possa ter mais atividades físicas e psicológicas dentro de casa. Como era apenas um protótipo, o produto deverá ser lançado nos EUA em breve, mas aqui no Brasil ainda não tem previsão", explica.
Outra tendência apontada na feira é o uso medicinal da maconha também para os animais de estimação. Rossi ressalta que "nesses produtos o princípio ativo é o cannabidiol (CBD), que tem propriedades terapêuticas e não o tetradidrocanabinol (THC), que contém princípios psicoativos e neurotóxicos."
"Achei muito interessante como essa tendência aumentou, anteriormente eu via um ou outro expositor com produtos contendo a maconha como componente principal, mas nessa última feira encontrei mais de trinta expositores com esses tipos de produtos. Eles são vendidos em vários formatos: pastas, petiscos, pílulas ou cremes, com a finalidade de aliviar dores, auxiliar na cicatrização, acalmar, atuar como anti-inflamatório, controlar epilepsia, etc. Alguns efeitos benéficos já são comprovados cientificamente e outros ainda estão sendo estudados", diz o especialista.
Outro acessório para pets que deve se tornar mais comum, tendo em vista as novidades mostradas na feira, são os carrinhos para transporte dos pets, principalmente os cachorros. Ele destaca que, entretanto, o carrinho só deve ser usado em situações pontuais, para não se tornar prejudicial, impedindo o cão de passear no chão, "um comportamento natural e muito importante para eles."
Alimentação
Rossi conta também que o mercado está trazendo muitas novidades relacionadas com a alimentação.
"A alimentação muito natural, por exemplo as que ofereciam ratos e pintinhos congelados para alimentar o pet, como forma de levá-lo de volta a suas origens naturais de predador, apresentadas nas últimas feiras, não foi bem recebida pelos tutores e perdeu forças. Por outro lado, essa alimentação, não tão exagerada, sempre ganha destaque e muitas tendências estão ligadas a este quesito. Vi rações secas, sem transgênicos, orgânicas, alimentação natural crua, desidratada, entre outras. Vi petiscos feitos à base de proteína de grilos, pois criá-los consome menos recursos naturais, como água e alimentos, e em vários momentos percebi a preocupação e o cuidado das empresas com o meio ambiente. Acredito que essa é uma tendência que atrairá muitos tutores que se preocupam com questões ambientais. A alimentação natural para gatos é possível, mas, assim como com cães, deve ser prescrita e acompanhada por veterinário, especialista no assunto", finaliza.