Nesta semana um assunto vem trazendo preocupação para todos: doenças transmitidas por carrapatos que poderiam causar a morte de pessoas. Chamadas de zoonoses, essas doenças não são novas, porém, com a confirmação de um caso de uma moradora de Cambé e a suspeita envolvendo a morte de uma criança em Londrina, o alerta se acendeu.
Essas doenças exigem nossa atenção, mas cuidados simples podem evitar problemas. Cuidar dos animais de estimação e da higiene da casa são dois deles.
Reproduzo abaixo uma matéria feita por mim e publicada na Folha da Sexta, em janeiro do ano passado, em que a veterinária Thais Arrebola dá todas as dicas de como cuidar do seu pet e também da sua casa, para evitar e acabar com os carrapatos. É importante também termos consciência que os animais não têm culpa do que está acontecendo. Tem muito tutor que não se importa se o animal tem pulgas ou carrapatos, achando que isso não é um problema dele, porém, é algo que pode nos afetar também!
Abaixo da matéria coloco também os links de duas matérias produzidas pela equipe da Folha de Londrina, sobre a doença do carrapato e sobre os casos em nossa região.
Espaço Pet - Livre-se das pulgas e carrapatos
No verão aumentam os casos de infestação por esses parasitas. Orientação de um veterinário é fundamental para escolher produtos mais adequados e evitar a intoxicação do pet
Quem tem cães ou gatos em casa sabe que no verão os problemas com pulgas e carrapatos costumam aumentar. A explicação, segundo a veterinária Thaís Arrebola, é que a temperatura e a umidade próprias da estação favorecem a aceleração do ciclo biológico desses ectoparasitas. Entretanto, por morarmos em um país com altas temperaturas em boa parte do ano precisamos estar sempre atentos e prevenirmos as infestações com os produtos adequados.
Embora seja mais comum vermos carrapatos nos cães e pulgas nos gatos, a veterinária explica que as duas espécies estão sujeitas a ambos. "(Os carrapatos) só não aparecem tanto em gatos pelo hábito que eles têm de se limpar a toda hora, mas isso os torna mais suscetíveis a ter dipilidium, uma verminose intestinal, e a provocar feridas por às vezes não conseguir remover um carrapato", explica.
Além de incomodar os animais por conta da coceira causada pela picada, esses ectoparasitas podem causar diversas doenças nos pets. Transmitidas pelos carrapatos, a erliquiose e febre maculosa são consideradas zoonoses, ou seja, podem ser transmitidas para os humanos através da picada desses insetos.
Para evitar as infestações há diversos produtos no mercado como coleiras, pipetas pour on, xampus, talcos, sabonetes, sprays e até comprimidos. "O critério de escolha vai depender muito do estilo de vida do tutor e do animal. Geralmente, animais que convivem em dois ou mais no mesmo ambiente tendem a brincar de se morder e a região do pescoço é um alvo comum nessas brincadeiras, tornando inviável o uso da coleira por poder arrebentar e até mesmo intoxicar um deles. A forma mais comum de combate aos ectoparasitas são as pipetas pour on. Geralmente, a base de Fipronil ou Selamectina são mais seguras para cães e gatos, inclusive durante amamentação e gestação. O Fipronil também pode ser usado na forma de spray em filhotes a partir dos dois dias de vida", detalha Thaís.
Os comprimidos, segundo ela, são uma boa opção para os cães, devendo ser usados com cautela em animais muito jovens ou idosos. Já para os gatos ainda há poucas opções de produtos nesta formulação. A profissional alerta que ao usar sabonetes ou talcos com função carrapaticida ou antipulgas é preciso evitar a aplicação de outros produtos. "Sempre peça a orientação do veterinário. Xampus possuem efeito residual e combiná-los com outro produto pode intoxicar o animal", alerta.
Também é importante ler com atenção o rótulo, se atentando para a forma correta de aplicação – se antes ou após o banho – e o prazo de reaplicação, para que o combate aos ectoparasitas seja eficiente. "Geralmente o prazo de utilização das pipetas contra pulgas é de três meses e contra carrapatos é de 30 dias, por isso a indicação de uso mensal. Algumas marcas de pipetas preconizam a aplicação do produto no dorso apenas dois dias antes ou após o banho, outras relatam uso até duas horas após o banho. Entre os comprimidos existem os de uso mensal, trimestral e outros que duram apenas oito horas. Já as coleiras podem proteger de três a sete meses", enumera.
Ambiente
Para um melhor controle das pulgas e carrapatos é preciso também cuidar do ambiente onde o animal vive, lavando camas, cobertas e roupinhas. Alguns tutores também optam por aplicar inseticidas no ambiente e aí é que podem ocorrer problemas.
Thaís alerta que nunca se deve usar esses inseticidas para banhar os pets. "Já tive muitos casos de intoxicação de animal com 'banho terapêutico' contra carrapato, sendo que na própria bula diz que devemos utilizar luvas e máscara para manusear esses produtos. Portanto, produto inseticida para ambiente é para uso apenas no ambiente!"
Se no local houver grama o tutor também deve tomar cuidado, pois o produto fica na terra, podendo intoxicar o animal caso este cave a terra ou coma a grama. Ela ressalta que há diversos protocolos e a escolha de um deles vai depender do estilo de vida do animal e do tutor, por isso é importante sempre consultar o veterinário.
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