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A rua da pechincha: 25 de março é atração turística

07 out 2011 às 11:26

Sim, ela está quase sempre lotada. Circular pelas calçadas não costuma ser fácil, dado o congestionamento de passantes carregados de sacolas por todos os lados. De fato, poderia haver mais opções para parar, comer alguma coisa, descansar um pouco. Tudo verdade. Mas tudo pequeno diante daquilo que a 25 de Março oferece para paulistanos e turistas. Mais famoso endereço de compras de São Paulo, a 25, como é carinhosamente chamada por seus frequentadores, é o paraíso da pechincha para quem precisa comprar tecidos, lingerie, bijuterias, utilidades domésticas, brinquedos, acessórios, peças de cama, mesa e banho, embalagens, artigos para decoração, para festas e aviamentos de todos os tipos. Entre outras coisinhas mais, claro. Bater perna pela via é, além de um ótimo negócio, um programão para muita gente.


Falando em programão, fundamental registrar que a via é parte da história da comunidade árabe em São Paulo. A 25 de Março só se transformou naquilo que é devido ao trabalho dos imigrantes que chegaram ao Brasil no final do século de 19 e ali se estabeleceram. Hoje, segundo informações da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), 40% das lojas instaladas na região ainda estão sob o comando de empreendedores dessa origem. Tanto que o 25 de Março, data em que foi promulgada a primeira constituição do Brasil, é hoje o Dia Nacional da Comunidade Árabe no País. Trata-se de uma homenagem aos empreendedores e suas famílias, a todos os que fizeram da rua um pólo de comércio que movimenta R$ 10 bilhões por ano, com três mil empresas que chegam a atrair, em dezembro, até 1,5 milhão de consumidores por dia.


A arquiteta e urbanista potiguar Larissa Marinho é uma dessas visitantes fiéis à 25. Moradora de Vitória, no Espírito Santo, ela tem no endereço uma parada obrigatória sempre que vem para São Paulo. Além de encher a mala de peças de decoração para os seus clientes, ela aproveita para renovar o acervo de bijuterias. "A 25 é o melhor lugar para comprar muito economizando tempo (já que lá tem tudo, uma loja do lado da outra) e dinheiro", explica Larissa. "Alguns adornos decorativos custam um terço do valor normalmente cobrado fora dali", diz. "Adoro a 25."


Divulgação/Anba

Vista da 25 de Março: mundo de novidades para turistas e locais


Para entusiastas como a arquiteta, a rua é um parque de diversões onde comprar muito e pagar pouco são mesmo os principais atrativos. O local virou ponto turístico da maior metrópole brasileira por isso. Mas há outras vantagens que fazem o consumidor querer voltar, como a possibilidade de descobrir, a cada ida, novas opções de lojas, ou seja, a experiência de garimpar achados e oportunidades sem fim. É aquela galeria com dez andares onde há uma loja ótima de embalagens no 6º, o ponto bem na esquina onde é possível comprar lingerie pela metade do preço dos shoppings e assim por diante. De tédio, ninguém padece ali.


Sem limites


No mundo sem limites para comprar da 25, alguns endereços tradicionais sempre valem a viagem. É o caso, por exemplo, das lojas Niazi Chohfi, de tecidos nacionais e importados, malharia, decoração, tapetes, cortinas, acessórios, cama, mesa e banho e lingerie. A empresa tem dois pontos na via, nos números 607 e 702. Em ambos, funcionam cafés que são como oásis em meio a tanta agitação. Com destaque para o da unidade do número 607. Lá, o Niazi Café fica no 9º andar. Além de croissants, sanduíches, empadas e pães diversos, ainda é possível adoçar a vida com delícias das arábias como o dedo árabe e a almofada de nozes. Isso com direito à vista da 25 do alto, com mesas na varanda para comer sentado, sentindo a brisa dos bons negócios.


De volta à rua, merecem a visita pontos como a Casa Fátima, também de tecidos, o Armarinhos Fernando, de artigos diversos e utilidades do lar, com destaque para a seção de brinquedos, a Comercial Gomes, também de utilidades diversas e brinquedos, a Comercial Maluli, de aviamentos e armarinhos (todos os tipos, cores e estilo de fitas possíveis e imagináveis estão lá), a Aslan Armarinhos, também de aviamentos e artigos para artesanato, o Depósito de Meias São Jorge (um verdadeiro supermercado de meias e lingeries de todas as marcas e modelos), a Katmandu, de produtos importados da África e da Ásia, como colares, peças para decoração, caixas, cestos, roupas e assim por diante.


Para renovar o aparelho de jantar, repor o estoque de copos ou comprar panelas novas, a Doural, no número 595, é uma das principais referências. À procura de bijuterias? Pode passar na Criativa Bijoux, na Selina Bijuterias Finas ou na Ladylux Bijoux, entre outras muitas e muitas opções. Embalagens? Na Officina Embalagens tem.


Se já está na hora de repor as energias para voltar a usar o cartão de crédito, um bom almoço à moda árabe, lógico, é a melhor opção. Pode ir sem medo ao Restaurante Monte Líbano, na Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 38, quase na esquina com a 25. No primeiro andar, na sala 101, fazem suas refeições, quase todo dia, nove entre dez empresários da rua. Tudo a ver com o climão do lugar. Mais duas boas opções das arábias ali pertinho: o Jacob e o Empório Syrio, ambos na Rua Comendador Abdo Schahin. Pela comida saborosa que servem, as três casas costumam ficar bem cheias entre as 12 e as 14 horas. Se puder, vá depois desse horário para ter mais tranquilidade à mesa.

Alimentado o corpo, é hora de bater perna um pouco mais. Não muito, que a maioria das lojas fecha até as 17h. Mas o suficiente para garimpar pechinchas e descobrir produtos que você nem sabia que existiam na rua mais famosa e mais árabe do comércio de São Paulo. (Fonte: Agência Anba)


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