O início das operações do voo que ligará Foz do Iguaçu a Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) e Cuzco (Peru) será no dia 15 de julho. Na primeira etapa, serão quatro frequências semanais, mas a empresa aérea boliviana Amaszonas, que vai operar a rota, prevê que até dezembro os voos passarão a ser diários. A Amaszonas está abrindo em Foz seu terceiro escritório no Brasil. Os outros funcionam em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).
O lançamento do voo, organizado pela Gestão Integrada do Turismo, foi nesta quarta-feira (29), no Hotel Mabu Thermas Grand Resort, com a participação do prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira, e de representantes da empresa aérea boliviana, entre os quais um dos diretores, Eddy Luis Franco, e o sub-gerente Hugo Diaz, que participou diretamente das negociações para a vinda do novo voo a Foz do Iguaçu.
Novos turistas
Além de permitir que turistas de Foz do Iguaçu e região possam viajar à Bolívia e ao Peru (Cuzco permite acesso a um dos mais importantes atrativos peruanos, Machu Picchu), a empresa aérea pretende atrair a Foz do Iguaçu "novos e genuínos turistas" provenientes da Bolívia, norte do Chile e Peru. A viagem de Cuzco a Foz, incluindo uma escala de 40 minutos em Santa Cruz, durará cerca de quatro horas (o que vale também para a viagem de Foz para Cuzco).
Nesta primeira etapa, os voos sairão de Foz do Iguaçu às 6h, às segundas, terças, quintas e domingos. A chegada em Santa Cruz de la Sierra, no horário pelo fuso local, será às 6h50. O voo para Cuzco parte de Santa Cruz às 7h40, com chegada às 8h40 (sempre pelo fuso local).
De Cuzco para Santa Cruz de la Sierra, nesses mesmos dias, os voos partirão às 8h40, com chegada às 11h10 (horários locais). De Santa Cruz, o voo sai às 11h55, com chegada em Foz às 13h45.
"Pilares"
A Amaszonas utiliza em seus voos uma moderna frota de aviões Bombardier CRJ – 200, com capacidade para 50 passageiros. A empresa tem atualmente nove aeronaves, mas até o final do ano a frota será ampliada em mais sete aviões do mesmo tipo.
Entre os "pilares do mercado" da Amaszonas, diz a empresa em comunicado à imprensa, estão as viagens de turismo, pela "integração dos pontos turísticos mais importantes da América do Sul"; e o segmento corporativo, que procura os voos da empresa para "chegar mais rápido aos destinos regionais, sem passar pelos grandes hubs congestionados da região, como Guarulhos (SP) ou Lima (Peru)".
Em rápido discurso, o prefeito Reni Pereira disse que a ligação entre Foz do Iguaçu e Cuzco possibilitará atrair a Foz do Iguaçu os turistas estrangeiros que visitam Machu Picchu e, por sua vez, facilitará a ida para lá dos visitantes que vêm a Foz do Iguaçu conhecer as Cataratas. "Vamos multiplicar os dois destinos", afirmou. E completou: "Vamos vender as duas maravilhas juntas".
"Hub" regional
Para o presidente do Fundo Iguaçu e superintendente de Comunicação Social da Itaipu Binacional, Gilmar Piolla, o novo voo "consolida a ideia de transformar o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu num ´hub’ regional, na porta de entrada e saída do Brasil pela Costa Oeste". Disse também que o voo "será um grande sucesso, porque vem sendo construído com várias mãos e em parcerias".
Piolla prometeu aos diretores da Amaszonas que será desenvolvido um trabalho forte na imprensa, de divulgação na mídia e nas redes sociais. "Vamos acionar os canais de distribuição e a rede de parceiros de Foz do Iguaçu mundo afora para que, no final do ano, possamos comemorar o aumento de quatro frequências semanais para diárias". Ele disse, ainda, acreditar que o voo para Montevidéu (Uruguai) será anunciado em breve e que a Amaszonas irá suprir a lacuna deixada pela Pluna, que mantinha a rota entre Foz e a capital uruguaia, e foi comprada pela aérea boliviana.
Bolivianos
O presidente do Iguassu Convention & Visitors Bureau, Fernando Martin, destacou que, para Foz, o mercado boliviano sempre foi importante. "Não é um mercado novo, mas até agora era canalizado via Assunção", lembrou. O turista boliviano, para vir a Foz, normalmente viaja a Assunção de avião e, dali, segue viagem por ônibus. Martin destacou que Foz "não é só um destino para os bolivianos, é também uma porta de entrada para as praias do Paraná e Santa Catarina". Na ida ou na volta do Litoral, o boliviano costuma ficar na cidade por um ou dois dias.
O voo direto Santa Cruz-Foz representa uma opção que evita as cinco horas de viagem de ônibus entre Assunção e Foz e contribuirá, segundo Martin, para "dobrar o movimento de bolivianos em Foz". Ele lembrou ainda que, além do turismo de lazer, Foz poderá atrair viajantes corporativos, já que Santa Cruz de la Sierra tem grandes empresas, principalmente das áreas de extração de óleo e gás.
Já o voo para Cuzco (Peru), que hoje já é atendido por uma conexão da empresa aérea LAN, que faz a rota Foz-Lima, ampliará a ligação entre "dois ícones da América", as Cataratas do Iguaçu e Machu Picchu, disse Martin. Isso facilitará também a atração de turistas da Europa, por exemplo, e deixará as Cataratas do Iguaçu "cada vez mais nas prateleiras do mundo", completou.
"Hub" regional
A questão de Foz se transformar em um "hub" também foi lembrada por Licério Santos, presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur). Ele disse que, "falando como operador de turismo, (o novo voo) é um grande avanço para consolidar o Destino Iguaçu como um ‘hub’ (centro de distribuição de voos) da região", o que inclui Paraguai, Argentina e Uruguai.
Um operador de turismo italiano disse a Licério Santos que a alternativa combinada de Foz do Iguaçu-Cuzco (Cataratas e Machu Picchu) "muda tudo" no sentido de atrair europeus. E será, certamente, mais fácil vender Foz do Iguaçu também para operadores asiáticos, já que o Peru é um destino importante para os voos procedentes do Pacífico.
O secretário municipal de Turismo, Paulo Tremarin, disse que este é o segundo voo internacional que atende Foz do Iguaçu – o primeiro foi o da LAN, ligando Foz a Lima, capital do Peru -, e representa "um amadurecimento do turismo iguaçuense".
Nova pista
Durante a solenidade de lançamento do novo voo internacional, a questão da nova pista de pouso e decolagem do aeroporto de Foz foi bastante comentada. Piolla disse que os projetos estão sendo concluídos e que, em seguida, serão buscados os recursos previstos no PAC para aeroporto de interior. "Com a nova pista, o aeroporto vai deslanchar", disse.
Paulo Tremarin disse que a nova pista comportará aeronaves maiores "e permitirá que recebamos também voos de companhias aéreas da Europa e da América do Norte". "Esperamos que isso aconteça num período muito curto", afirmou.