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Turistas mulheres não devem usar saias na Índia, diz ministro

30 ago 2016 às 15:56

Ao mesmo tempo que autoridades de cidades litorâneas francesas continuam a proibir e punir o uso de burkinis nas praias, medida que já foi vetada pelo Conselho de Estado da França, o ministro do Turismo da Índia, Mahesh Sharma, afirmou que turistas mulheres não devem usar saias ou sair de noite sozinhas quando estiverem no país.

No final de semana, falando sobre um kit de boas vindas que será entregue a turistas, e que inclui uma cartilha de dicas de segurança para as mulheres, o ministro indiano disse que as mulheres deveriam evitar usar saias e sair sozinhas do hotel "para a sua própria segurança".


"No kit estão listados o que fazer e o que não fazer", "coisas básicas, como [as turistas] não deveriam se aventurar sozinhas de noite em lugares pequenos, ou usar saias e como deveriam tirar uma foto da placa do veículo quando viajarem e a mandarem para os amigos", afirmou Sharma na cidade de Agra, lar do famoso e turístico Taj Mahal.


Sobre a razão dos avisos, o ministro explicou que as medidas existem porque "a cultura indiana é diferente da ocidental". No entanto, o real motivo da cartilha é o de ser uma tentativa de aumentar o número de mulheres que viajam para o país, que despencou drasticamente nos últimos anos com os diversos casos que chocaram o mundo de assédios, violações e estupros coletivos.


De acordo com o último relatório do Escritório Nacional de Recordes Criminais da Índia, o Ncrb, 92 mulheres são estupradas a cada dia no país, principalmente nas zonas rurais. Mesmo já sendo uma quantidade bem grande, estima-se que o real número de estupros por dia seja bem maior.


A fala de Sharma rapidamente gerou inúmeras críticas e reclamações de indianas que afirmam que esses "conselhos" são uma maneira muito errada e machista de lidar com a situação.

Nas redes sociais, mulheres afirmavam que ao invés de aplicar restrições ao modo de se vestir e de se portar de uma mulher e de culpá-la por não as cumprirem é necessário punir os agressores e sobretudo mudar a mentalidade dos homens quando estes ainda são crianças, mostrando que agressões físicas e psicológicas a mulheres são coisas erradas.


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