A terceira idade está cada vez mais investindo em turismo. O crescimento de viagens da população com mais de 60 anos, considerada mais vulnerável, tem facilitado a disseminação de infecções, sobretudo vírus. Isso exige uma ampliação das coberturas vacinais dos grupos de risco. É o alerta de Jaime Rocha, infectologista e especialista em Medicina do Viajante do Lavoisier Medicina Diagnóstica/DASA para o Dia Internacional do Idoso, celebrado em 27 de setembro.
Segundo Rocha, a gripe é considerada uma das doenças infecciosas que mais preocupam as autoridades sanitárias no mundo. Estimativas indicam que a vacina contra a gripe provoca redução da mortalidade em até 50% entre a população idosa. Além disso, promovem a redução de 19% do risco de hospitalização por doença cardíaca e em até 23% do risco de doenças cerebrovasculares. Os pacientes idosos mantêm, em geral, a infecção por semanas e podem apresentar complicações. As mais frequentes são a pneumonia bacteriana, a pneumonia viral primária e o agravamento de doenças crônicas pré-existentes.
O infectologista reforça que a gravidade da maioria das doenças aumenta com a idade. E dá as dicas das vacinas indicadas para a terceira idade:
Dupla tipo adulto/Difteria e Tétano - As pessoas que hoje têm mais de 60 anos não foram, na adolescência e na infância, alvo de campanhas desta vacinação. Estas doenças acometem com freqüência os idosos devido a ferimentos domésticos. É preciso tomar a vacina a cada dez anos. O adulto que nunca tomou a vacina ou desconhece quantas doses tomou deve receber três doses, com intervalo mínimo de 30 dias entre cada uma. Depois, é preciso tomar uma dose de reforço a cada dez anos. Se a pessoa se ferir e só tiver tomado uma dose ou não se lembrar de quantas tomou, precisará tomar as três doses, além do soro antitetânico.
Gripe/Influenza - Nos idosos, a infecção pode evoluir com mais facilidade para uma pneumonia. É bom lembrar que a gripe é diferente do resfriado, causado por outros vírus e com sintomas mais fracos. A vacina requer uma dose a cada ano, administrada nas campanhas de vacinação do Ministério da Saúde, normalmente no mês de abril.
Preventiva de Pneumococos/Pneumonia - Protege o organismo contra a pneumonia causada pela bactéria pneumococo. Em pessoas com mais de 60 anos, a doença é três vezes mais frequente, além da mortalidade ser maior, razões pelas quais a vacina se torna importante nesta faixa etária. No sistema público de saúde, ela é destinada a idosos hospitalizados ou internados em casas geriátricas e asilos. A vacina tem uma única dose, com reforço após cinco anos. A pneumonia, em particular a pneumonia pneumocócica acima dos 75 anos, é uma das primeiras causas de mortalidade nesta faixa etária.
Hepatite B - A hepatite é uma doença do fígado que, em algumas pessoas, não apresenta sintomas. No caso dos idosos, o risco é que a hepatite B evolua para formas mais graves. A vacina contra a hepatite B tem indicação universal, ou seja, todos deveriam tomá-la, sendo recomendadas três doses - duas com intervalo de um mês e a terceira cinco meses após a segunda dose.
Febre amarela - A febre amarela é uma doença infecciosa com duração de, no máximo, dez dias. Nos idosos, a febre amarela pode evoluir para um quadro mais grave, como queda de pressão, sangramentos e icterícia. A vacinação deve ser realizada dez dias antes da data marcada para a viagem às regiões de risco. Quem já tomou a vacina, deve se imunizar novamente e esperar três dias para iniciar a viagem.
*Jaime Rocha é infectologista e especialista em Medicina do Viajante do Lavoisier/DASA