A sustentabilidade do turismo foi o tema central das discussões que reuniram empreendedores e gestores públicos no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá (MT), durante os quatro dias da 2ª Feira Internacional de Turismo do Pantanal (FIT). Uma das experiências mais bem-sucedidas foi apresentada pelo Sebrae do Rio de Janeiro, que atua em parceria com gestores, mateiros, empreendedores e populações do entorno de cinco parques nacionais: Tijuca, Serra dos Órgão, Itatiaia, Jurubatiba e Bocaina. Todos eles têm atrações turísticas exploradas com atividades de aventura, ecoturismo e contemplação do ambiente natural preservado.
"Pudemos observar que os negócios em torno dos atrativos como hospedagem e alimentação, além dos demais serviços turísticos oferecidos aos visitantes dinamizaram a economia local e reforçaram a necessidade de manutenção das áreas protegidas", avaliou Flávio Gueiros, do Sebrae-RJ.
O turismo sustentável também é apontado como alternativa para manter o Pantanal, maior área alagada do planeta e Patrimônio Natural da Humanidade reconhecido pela Unesco. O plano de manejo apresentado pelo gestor do parque, Nuno Rodrigues, compartilhado pelos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, inclui parcerias para estruturação do turismo como atividade aliada às ações de proteção do Pantanal.
As principais espécies da fauna e flora podem ser facilmente contempladas pelos turistas em visitas controladas. Entre elas estão: jacaré, onça pintada, sucuri, ariranha, tuiuiú e vitória régia, além de sítios arqueológicos e da beleza cênica do local. No período que a pesca esportiva (fora do parque) fica proibida, a canoagem aparece como opção para atrair turistas para o entorno do Parque do Pantanal e manter pousadas e hotéis flutuantes, entre outros serviços explorados pelo turismo pantaneiro.
A Amazônia mato-grossense é outro ecossistema que está atraindo visitantes para o Parque Juruena, localizado no norte do Mato Grosso e sul do Amazonas, onde nascem os principais rios que formam o Tapajós, um dos maiores afluentes do rio Amazonas. O parque guarda corredeiras e cachoeiras praticamente intocáveis. A prática de rafting, entre outros atrativos explorados pelo turismo de aventura, e os serviços turísticos de base comunitária oferecidos pelas populações tradicionais no entorno do parque têm atraído cada vez mais visitantes.
O turismo de base comunitária também tem ajudado a divulgar os atrativos e manter as comunidades comprometidas com a defesa do meio ambiente. Piloteiros, condutores e cozinheiros são algumas das novas atividades que surgiram na região após a criação do parque nacional e a exploração turística do local, ainda com fluxo incipiente para a diversidade de atrativos naturais. "O turismo é a forma mais viável de manter as áreas protegidas conservadas e defendidas pelos visitantes, empreendedores e gestores dos atrativos naturais", defendeu o representante da ONG WWF Brasil, o Oswaldo Alfonso.