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Trem de passageiros vai se integrar a navio de turismo

28 dez 2009 às 11:30

A linhas da Ferroeste, com a construção dos novos ramais, também vão permitir transportar trens de passageiros. "Isso já está determinado", garantiu o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. "Nossas linhas vão ter trens de cargas e de passageiros". A declaração foi feita durante o lançamento da atividade de atracação de navios de passageiros no Porto de Paranaguá, que aconteceu durante a reunião da Diretoria e Conselhos (Dircon) da Associação Comercial do Paraná (ACP), em Curitiba, coordenada pela presidente da entidade, Avani Tortato Slomp Rodrigues.

Gomes destacou o impulso que as novas linhas da Ferroeste, ligando Paranaguá a Foz do Iguaçu, com velocidades mínimas superiores a 120 quilômetros horários, trarão para o turismo e o transporte de passageiros. A experiência de ferrovias da Europa, Austrália, Coréia e África do Sul no transporte de cargas e de passageiros será discutida no início do ano que vem, em Curitiba, durante um seminário técnico internacional sobre compartilhamento de trens de carga e passageiros organizado pela Ferroeste, informou Gomes.


O seminário trará subsídios para a empresa definir o padrão operacional e a velocidade dos trens de carga e de passageiros. Itens como rapidez, segurança e periodicidade dependem do "desenho geométrico" dos novos ramais, explica Gomes, "e também do perfil da frota". Segundo ele, parceiros como o Exército Brasileiro e o Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) serão integrados à discussão.


Os novos ramais, quando estiverem prontos, adiantou o presidente da Ferroeste, vão permitir às composições de passageiros percorrer o trecho entre o Porto de Paranaguá e Foz do Iguaçu em seis horas. A viagem de Curitiba até do Foz vai durar cinco horas.


Integração


Em sua apresentação do projeto de atracação de navios de passageiros, o diretor de Desenvolvimento Empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Alberto de Paula César, disse que a atividade, que começa em 22 de março próximo, com a chegada do Veedam, navio norueguês de 1.350 passageiros, "abre janelas" para o setor de turismo no Paraná. "O porto está fazendo a sua parte, mas nossas cidades precisam se preparar", disse ele.


Para Luiz Alberto de Paula César, a perspectiva de que Paranaguá passe a ter modernos trens de passageiros "cria alternativas fantásticas" para o turismo paranaense. Os portos do Estado atualmente não fazem parte da programação das companhias de cruzeiros devido a falta de estrutura para receber os turistas. "Uma viagem de trem até as Cataratas do Iguaçu seria um atrativo muito interessante". Além de investir em logística portuária, diz ele, como a construção de um trapiche específico, com a ajuda de recursos federais, os agentes públicos e de turismo do Paraná precisam investir na melhoria da infra-estrutura das cidades e de seus atrativos para receber os visitantes, ressaltou.


Sinval Zaidan Lobato Machado, vice-presidente da ACP e coordenador do Conselho de Comércio Exterior (Concex), considera que a possibilidade de trens de turismo associados à atracação de navios de passageiros no Porto de Paranaguá abre perspectivas para o crescimento da atividade de turismo e oferta de novos empregos no setor. "O trem possui uma qualidade que o ônibus não tem", lembrou. Pode oferecer serviços de restaurantes e de hotel, exemplificou. Um navio que fique ancorado quatro ou cinco dias, às vezes com milhares de pessoas, permitirá ao turista conhecer várias regiões do Paraná.

Também o presidente do Movimento Pró-Paraná, Jonel Chede, presente na reunião, afirmou que a mobilidade das pessoas está se tornando um problema e que a alternativa ferroviária deve ser incentivada cada vez mais. A integração dos vários modais, segundo ele, beneficia a todos, e exemplo disso é "o trem de passageiro parar na frente do navio".


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