Cariocas e turistas aproveitaram o domingo de sol para conhecer a novidade de lazer na cidade: o primeiro ônibus anfíbio do País, que leva os passageiros a um passeio de uma hora meia, metade do tempo sobre rodas e a outra metade, transformado em barco, pela Baía de Guanabara.
O ponto de partida, na Urca, em frente à estação do bondinho do Pão de Açúcar, ficou cheio de famílias que tentavam lugares em uma das 28 vagas do ônibus, construído em São Paulo, durante cinco anos, pelos sócios Ilídio Augusto Guerra Soares, Paulo Valladares e Lucas Machado.
Depois de vinte minutos de caminho por terra até a Marina da Glória, o motorista do ônibus dá lugar a um MOC (moço oficial de convés), que se encarrega do "tchibum", o momento em que o veículo entra nas águas da Guanabara e a hélice é acionada. Os passageiros comemoram com aplausos.
O ônibus anfíbio estreou na última sexta-feira e foi sucesso de público nos primeiros dias. É resultado de R$ 2 milhões aplicados pelos sócios da empresa Duck Tour Brasil desde 2009. Para os passageiros também é um investimento. Os ingressos custam R$ 100, com desconto de 50% para cariocas que levarem comprovante de residência. Crianças de até dez anos e pessoas com mais de 60 também pagam R$ 50.
Ilídio conta que teve a ideia de construir o ônibus anfíbio quando viu iniciativa semelhante em Washington, mas não teve oportunidade de fazer o passeio. Paulo e Lucas embarcaram no veículo ambivalente em Boston. No Brasil, o trio resolveu embarcar na aventura.
"É um passeio novo, você vê a cidade de outro ponto de vista e não podia ser em outro lugar que não fosse o Rio", diz o carioca Lucas. O paulista Ilídio concorda. "Sempre pensamos no Rio como o lugar para iniciar. Foi uma saga que agora se viabilizou", diz o empresário. A carroceria foi erguida em cima de um chassis de ônibus. "O Rio tem a memória triste do Bateau Mouche, então tomamos todos os cuidados com a segurança, usamos compartimentos estanques com isopor naval. A carroceria é feita com uma chapa especial de ferro antioxidação", diz Ilídio.
Para a família de turistas do Acre que embarcou ao meio-dia, foi a diversão do domingo. "Um ônibus virar barco parece até que é mentira. É um passeio maravilhoso", elogiou o empresários Júlio César Pinheiro Rosa, acompanhado da mulher, Gleicyane, e da sogra, Francinete.
A maioria dos passageiros até agora, no entanto, é carioca. Uma delas é Regina Coelho, que tentou passear com a família no sábado, sem sucesso, e voltou ontem. "É muito bom, viemos assim que soubemos desse passeio", diz. Para a paraense Maria José Santos, moradora do Rio há mais de 40 anos, valeu a pena participar da uma das primeiras viagens do ônibus anfíbio. "Você passa uma marcha e vira barco, é muito interessante. Além disso, o passeio é ótimo, mostra o essencial do Rio", elogia.
No caminho em terra, a guia Telma Camargo mostra e conta histórias de pontos turísticos como o Cristo Redentor e o Outeiro da Glória. Na Baía de Guanabara, as atrações vão do iate do cantor Roberto Carlos, Lady Laura, às paisagens do Pão de Açúcar, praias e ilhas próximas. O ônibus anfíbio faz quatro passeios - entre 10h e 16h - de terça a sábado e cinco - com uma viagem extra às 18h - aos domingos.