O Conselho de Estado, principal instância da Justiça Administrativa da Itália, autorizou ontem (24) a criação do Parque Arqueológico do Coliseu, impondo uma derrota à prefeita de Roma, Virginia Raggi, que é contra a medida.
A transformação do monumento mais visitado do país em um parque arqueológico havia sido anunciada pelo governo nacional em janeiro e tem como objetivo centralizar a administração de uma área que também engloba o Monte Palatino e o Fórum Romano, adjacentes ao Coliseu.
Mas o plano é contestado por Raggi, que alega que ele é "lesivo para os interesses da capital". Em junho passado, acolhendo um pedido da Prefeitura, o Tribunal Administrativo Regional (TAR) do Lazio suspendeu a criação do parque, decisão que foi revertida nesta segunda pelo Conselho de Estado.
Atualmente, o anfiteatro romano e seus arredores estão sob a responsabilidade da Superintendência Especial para o Coliseu e a Área Arqueológica de Roma, autarquia subordinada ao Ministério dos Bens Culturais.
O órgão recebe hoje 80% da arrecadação com o monumento, valor que é usado para a manutenção de outros patrimônios situados na "cidade eterna" e que cairá para 30% com a criação do parque arqueológico. Além disso, a nova estrutura será gerida por um diretor escolhido por meio de concurso internacional.
O Conselho de Estado também deu aval para a eventual contratação de um dirigente estrangeiro, ideia que é contestada por Raggi, mas determinou que a administração do anfiteatro deve contar com a colaboração da Prefeitura de Roma. A escolha do diretor do Parque Arqueológico do Coliseu ocorrerá até o fim do ano.
Enquanto isso, o ministro dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini, já anunciou uma integrante do conselho de administração do parque: a búlgara Irina Bokova, diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
"É uma honra que Irina Bokova tenha aceitado meu convite", escreveu o ministro no Twitter.