O mar, os vulcões, o rio Tibre e seu afluentes foram os responsáveis por terem moldado as famosas sete colinas de Roma. Essa conclusão, assim como a reconstrução geológica de outras áreas da capital italiana, faz parte de uma pesquisa publicada na revista "Quaternary International" e conduzida pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (Ingv) e pelo Instituto Superior para a Proteção e a Pesquisa Ambiental (Ispra).
Da pesquisa, conduzida pelos estudiosos Gian Marco Luberti, Fabrizio Marra e Fabio Florindo, emerge que o que desenhou a paisagem romana foram as oscilações do nível do mar ligadas às diversas épocas glaciais, a atividade dos vulcões dos Monti Sabatini, a noroeste, e dos Colli Albani, a sudeste, e ao curso de rios, que exercitaram uma ação de depósito de sedimentos e de erosão.
"A presença de um grande curso d'água e a proximidade da costa fizeram com que os fenômenos de deposição, no último milhão de anos, fossem regulados pelas oscilações do mar, induzidas pelo alternar dos períodos glaciares e interglaciares", afirmou Marra.
Segundo o italiano, a reconstrução conseguiu ser mais detalhada graças aos depósitos vulcânicos ricos de argão que permitiram aos pesquisadores fazerem "datações mais precisas".
Essas técnicas de datação também permitiram reconstruir a relação entre a deposição de sedimentos do rio Tibre e o aumento do nível do mar no final das eras glaciais.
Deste modo foi redeterminada, por exemplo, a idade do depósito sedimentário nos quais foram descobertos os crânios de Homo Neanderthalensis de Saccopastore e também conseguiu se demonstrar que os restos mortais encontrados na região do Valle dell'Aniene são a evidência mais antiga da presença deste hominídeo na Itália.