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Rio de Janeiro

Isenção de visto eleva para mais de 500 mil a expectativa de turistas na Olimpíada

Agência Brasil
04 jun 2016 às 09:50

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- Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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A isenção de vistos de entrada para turistas americanos, japoneses, canadenses e australianos, que vierem assistir aos Jogos Olímpicos (5 a 21 de agosto) e Paralímpicos (7 a 18 de setembro), concedida pela lei 13.193, que começou a vigorar no último dia 1º, deverá ter repercussões positivas para o turismo e a economia do estado do Rio de Janeiro de todo o Brasil e elevará de 400 mil para mais de 500 mil a expectativa de turistas que virão assistir ao evento.

Essa é a avaliação feita hoje (3) pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, ao lembrar que há cerca de 30 anos o Brasil recebe anualmente quase seis milhões de turistas internacionais, dos quais 10% ( 600 mil), são oriundos dos Estados Unidos, que visitam o Rio de Janeiro. A isenção tem validade para entrada no país até 18 de setembro, dia do encerramento dos Jogos Paralímpicos, e uma permanência em território nacional de até noventa dias.

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"É um mercado muito importante que, de certa forma, está contido pela dificuldade da obtenção de visto. Com essa exigência caindo durante a Olimpíada, vamos ter um número enorme de americanos vindo para o Rio de Janeiro e para o Brasil", segundo Lopes. O presidente da ABIH-RJ destacou que o mesmo se aplica ao Japão, Canadá e Austrália, também beneficiados pela medida, embora os Estados Unidos sejam considerados hoje o maior exportador de turistas para o mundo.

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Segundo Alfredo Lopes, o pleito da rede hoteleria e do setor do turismo é que a isenção fosse mantida por, pelo menos, mais dois anos "porque neste momento em que o Brasil atravessa uma crise econômica tão dura , com certeza esses turistas seriam muito bem-vindos aqui, deixando uma receita enorme de impostos e também de consumo no nosso país". A valorização do dólar é outro fator de atração para os turistas estrangeiros virem ao Brasil, disse o líder hoteleiro.

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Lopes disse que o Brasil fica abaixo, inclusive, de Buenos Aires, em recebimento de turistas internacionais. Por isso, existe uma "demanda enorme" contida. Graças à isenção de vistos para visitantes norte-americanos, canadenses, japoneses e australianos, ele acredita que haverá uma arrancada de 30% a 40% no montante de turistas, pois a exigência de visto de entrada é um inibidor para o turismo no Brasil.


O chefe da Assessoria Especial de Relações Internacionais do Ministério do Turismo, Acir Pimenta, disse ser esta a primeira vez que o Brasil faz uma suspensão unilateral de vistos visando o aumento de turistas de alguns países que compartilham características comuns. Entre elas, indicou a forte tradição olímpica – são nações que já realizaram ou vão realizar olimpíadas, têm histórico importante de emissores de turismo e não oferecem riscos migratórios. Isso fez com que o Brasil abrisse mão da regra da reciprocidade, pelo período de três meses.

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A expectativa, segundo o chefe da Assessoria Especial de Relações Internacionais do Ministério do Turismo é muito boa. Estudo baseado em pesquisa da Organização Mundial do Turismo (OMT) com todos os países que adotam medida de derrubada do visto, mostra que, em geral, o país que adota essa medida recebe, em média, nos primeiros anos de validade da isenção, um aumento de 20% no fluxo de turismo como resposta imediata àquela medida. "Nós também trabalhamos com essa perspectiva", justifica Acir Pimenta. A expectativa de receber 400 mil turistas durante os Jogos, com isenção de visto em vigor cresce para algo entre 500 mil e 550 mil turistas.


Destacou que os Estados Unidos são historicamente, nos últimos dez anos, o segundo maior emissor de turistas para o Brasil, por ano, com 600 mil visitantes, depois da Argentina, que soma 1,6 milhão de turistas. Uma das principais barreiras identificadas nos Estados Unidos é que os americanos não gostam de viajar para países que exigem vistos de entrada.

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Acir Pimenta deixou claro que a isenção temporária de visto não significa que o Brasil está abrindo mão de sua soberania. "É apenas um teste para ver como funciona a atração do turismo brasileiro", explicou. Se a (eliminação da) barreira do visto se mostrar muito promissora, o Brasil poderá negociar o prosseguimento dessa política e explorar a questão da reciprocidade.


Acir Pimenta disse que os norte-americanos são, em geral, os turistas que mais gastam quando vêm ao Brasil, com cerca de US$ 1,5 mil por dia, para uma estada de 20 dias, em média, "bem mais do que o argentino, que gasta US$ 200 a US$ 300 por dia". Por essa razão, a expectativa do ministério é que o aumento previsto de turistas também se configure no reforço de recursos de moeda forte para o Brasil.


Não há, também, temor de que a isenção de visto atraia para o Brasil algum tipo de terrorista. Acir Pimenta esclareceu que a política de visto não tem nada a ver com segurança de turismo e prevenção de terrorismo, "por uma razão muito simples: o visto é uma expectativa de a pessoa poder entrar no país". A questão da segurança é incumbência da Polícia Federal em cooperação com outros organismos, como a Interpol e a Secretaria Especial de Grandes Eventos, do Ministério da Justiça, está cuidando dessa área para o governo federal.

Pimenta ressaltou ainda que não há, nos últimos registros de terrorismo internacional, nenhum ato de grande monta praticado por nacionais dos países abrangidos pela isenção de visto e "o visto não é uma barreira ao terrorismo". Além do Rio de Janeiro, as chamadas cidades do futebol (Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo) também vão receber partidas de futebol feminino e masculino durante os Jogos, o que projeta o crescimento do fluxo de turistas nas quatro regiões do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste).


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