Rota dos vinhos
Após um ano de atividades, o Woolfest Campos do Jordão chega a sua segunda edição com novas atrações e apoiadores. Com uma decoração exclusiva, além de shows e oficinas, o evento acontece em dois finais de semana: 11 e 12, além de 18 e 19 de junho na praça da Vila Capivari, a partir das 10h.
Aquecendo a Serra da Mantiqueira para a temporada de inverno, o festival da lã espera receber milhares de pessoas durante os quatro dias de evento. Fazendo parte do novo calendário de turismo, instituído pela prefeitura do município, os idealizadores criarem um projeto que busca contribuir efetivamente para a diminuição da desigualdade em Campos do Jordão, por meio da arte manual do tricô e do crochê.
Os organizadores do Festival da Lã acreditam que a segunda edição vai criar um espaço para um mercado adormecido no município, que possui grande potencial de crescimento. "Não estamos apenas incluindo mais um evento no calendário oficial da cidade, queremos reinventar a tradicional indústria da malha e gerar renda para quem não consegue emprego mas quer trabalhar", explica Wagner Rosa, idealizador do festival. "Estamos criando um mercado de lã natural e, ao mesmo, um mercado de agroturismo a partir dessa atividade", conclui.
Possuindo uma história especial com a lã, a cidade foi uma referência nacional desde a vinda do italiano Giovanni Zoffoli para o Brasil. Em 1957, com a criação da Malharia Italiana, o local se tornou o ponto de partida para que uma forte indústria começasse a surgir no município. Foram dezenas de lojas e fábricas, um lucrativo mercado que chegou até as passarelas e desfiles do famoso estilista Dener Pamplona, mas teve seu declínio com o crescimento das grandes fábricas têxteis em outras regiões, nos anos 1990.
O Woolfest é uma iniciativa de empresários motivados a mudar o futuro da cidade, que pretendem resgatar o tradicional mercado da lã. "Não queremos reinventar a roda, apenas observamos as cooperativas em outras regiões que envolvem as comunidades locais no mercado turístico e pensamos porque não investir em nossas pessoas, em nossas tradições e criar algo similar aqui em Campos", detalha Juliana Muller, coordenadora do Woolfest 2016.
Na programação do evento deste ano, um dos destaques é exposição de ovelhas, que acontece durante todos os dias do festival. A tradicional feirinha de produtos exclusivos em lã acontece, também em todos os dias, das 10h às 19h e a exposição de ovelhas das 10h às 16h. Além de shows e oficinas, o Woolfest conta com uma decoração temática especial em lã, além de tendas de entidades e artesãs do município como "Mãostiqueiras", "Mãos Solidárias", entre outras.
Neste ano, além da programação musical, haverá oficinas e palestras com professores de artes manuais como tricot e crochê, promovidos por um parceiro do evento, a fabricante de fios de lã Circulo, no espaço Vivo, em frente a praça São Benedito, na Vila Capivari. Outra importante novidade é a presença de um enorme tear desenvolvido pelo escritório britânico de design Superblue, inspirado nos teares infantis chamados "rabo de gato", no qual os visitantes poderão tecer uma peça gigante durante os dias do Woolfest.
Reprodução
"É um evento que vai na contramão de outros festivais. Além de valorizar a mão-de-obra local, ele mostra ao visitante o que a cidade pode produzir de diferente, um artesanal que ele não vai encontrar em lugar nenhum," descreve Luis Fernando Peretti, presidente do Conselho Municipal de Turismo de Campos do Jordão (Comtur).
Com apoio alguns empresários, do Comtur, do Fundo Municipal de Turismo e da prefeitura municipal, por meio da Secretaria de Turismo, o evento quer colocar Campos do Jordão novamente no mapa da lã, agora com seus produtos artesanais e exclusivos. "Nosso trabalho não está sendo feito para dar frutos hoje ou amanhã, estamos plantando sementes que possam ser regadas pela própria comunidade e que poderão dar grandes frutos em cinco ou dez anos", afirma José Carlos de Carvalho, secretario de turismo.
Divulgação