Projeção feita pelo Ministério do Turismo revela que as viagens nos fins de semana prolongados por feriados que caem na segunda, terça, quinta ou sexta-feira injetarão R$ 21 bilhões a mais na economia do Brasil. O levantamento considerou um acréscimo de 22 dias de folga, quando 10,5 milhões de viagens deverão ser realizadas. Foram excluídos do cálculo o Carnaval, a Semana Santa, o Natal e o Réveillon, períodos tradicionais de alta movimentação nos aeroportos, rodoviárias e rodovias.
"São números que reforçam a vocação do turismo para ajudar no desenvolvimento econômico e na geração de emprego do país. Enquanto diversas atividades demonstram preocupação com os fins de semana prolongados em 2017, o setor de viagens se prepara para faturar", comentou o ministro do Turismo, Marx Beltrão. De acordo com o estudo, o feriado que deve gerar o maior impacto é o Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, quando 1,94 milhão de viagens movimentarão R$ 3,9 bilhões na economia.
"O turismo é um grande impulsionador de outras 52 áreas, seja direta ou indiretamente. Entre elas, está o comércio. Se os feriados impactam o varejo em algumas cidades, na maior parte delas o setor terciário é impulsionado pelo fluxo turístico", afirmou o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e membro do Conselho Empresarial de Hospitalidade e Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio, em artigo publicado recentemente numa revista especializada em turismo.
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Entre os brasileiros que pretendem aproveitar os fins de semana prolongados para viajar, está o professor Giovani Iemini. Morador de Brasília, ele pretende explorar os arredores da cidade, que oferece opções variadas, principalmente, de ecoturismo. "Este ano vai ser ótimo! Acabei de voltar da Chapada dos Veadeiros. É impressionante! Já fui para lá muitas vezes, mas sempre tem alguma novidade para conhecer. As viagens que pretendo fazer são todas pelo entorno de Brasília, até por ser uma opção economicamente mais viável", comentou Giovani.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), Edmar Bull, as empresas do segmento já começaram a sentir o impacto dos feriados com o aumento na procura por pacotes de viagens. A entidade estima que a demanda por viagens de lazer em 2017 deverá crescer entre 8% e 14%. "Os brasileiros vão poder viajar mais, gastando menos, porque uma das vantagens da ocupação pulverizada ao longo do ano é o maior equilíbrio na equação oferta x demanda, o que impacta diretamente na composição das tarifas aéreas e hoteleiras", comentou Bull.
O levantamento foi feito pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, levando em consideração os feriados de 21 de abril (Tiradentes, sexta-feira), 1º de maio (Dia do Trabalho, segunda-feira), 15 de junho (Corpus Christi, quinta-feira), 7 de setembro (Independência do Brasil, quinta-feira), 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida, quinta-feira) e 2 de novembro (Finados, quinta-feira).
Carnaval, Semana Santa, Natal e Réveillon foram desconsiderados, porque via de regra geram fins de semana prolongado e a ideia da projeção foi levantar qual o valor a ser acrescentado na movimentação econômica nacional em 2017. Em 2015, previsão similar foi realizada e na ocasião foi verificado que os feriados movimentariam R$ 18 bilhões.