No terminal de passageiros Giusfredo Santini, em Santos, na Baixada Santista, considerado o mais moderno do Brasil, o caos se instala quando mais de três embarcações atracam no cais. Por lá, devem passar 620 mil passageiros na atual temporada de cruzeiros. O desempenho do setor aumenta 30% ao ano, segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar).
Os investimentos até existem. "Mas o avanço é lento diante da demanda. Não é suficiente", diz Milton Sanchez, diretor de cruzeiros da CVC Turismo. "Os passageiros reclamam de espera de horas nos terminais. Muito portos têm um galpão para receber as pessoas. Outros nem isso."
No dia 2 de dezembro, a reportagem esteve no terminal de passageiros de Santos. Com a chegada de seis navios, quase ao mesmo tempo, filas se formaram nas áreas de bagagem e do check-in, durando em média 40 minutos. Do lado de fora, o trânsito era de uma hora até a entrada do terminal e a espera por um táxi era de duas horas.
"Achei tudo terrível. O turista acaba levando uma imagem ruim do lugar", disse a universitária Rossana Guariento, de 45 anos, do Espírito Santo, que viajava com o marido e as filhas.
Já para Flavio Brancato, diretor da Concais, que administra o terminal, o espaço fica até ocioso. A chegada de seis navios foi uma situação atípica, que não se repete toda semana. "A ampliação realizada desde a última temporada já absorve o movimento." A Concais investiu R$ 6 milhões para aumentar em 40% o espaço que, hoje, é de 6.260 m². Em 2011, outros R$ 11 milhões serão gastos para a construção de um edifício garagem e ampliação do setor de bagagens.
Brancato ainda destaca que outras obras no entorno favorecem os turistas. Na quinta-feira, obras do Estado na Avenida Perimetral, que obrigavam os carros a realizar um desvio longo para a entrada do armazém, foram finalizadas. E o governo federal vai investir R$ 120 milhões no alinhamento do cais e na ampliação de vagas até a Copa 2014, facilitando a chegada dos navios.
Contraste. Já na terça-feira, com escala de apenas dois navios, a situação era tranquila no terminal. "Entre chegada, check-in e entrega de bagagens foi meia hora", disse a supervisora de eventos Carla Santos, de 29 anos, que viajava com o marido.