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Carnaval nas Américas: seis festas para aprofundar o conhecimento sobre cultura

24 fev 2017 às 18:00

O Carnaval é uma excelente oportunidade para aprofundar o interesse de crianças e jovens pelas manifestações culturais, seja na escola ou com a família, por meio de música, arte, moda, história e tantos outros.

Os desfiles e os blocos de rua realizados no Brasil são famosos em todo o mundo, mas nossos vizinhos americanos também caem na folia. A plataforma Educação&Participação, idealizada por Fundação Social com coordenação técnica do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), reuniu seis festas que acontecem nas Américas. Confira!


Canadá


O Quebec Winter Carnival é celebrado desde pelo menos o final do século XIX, mas apenas em 1955 passou a ser realizado todos os anos. Nas paradas, os destaques são o mascote Bonhomme - boneco de neve com gorro vermelho -, as luzes e as esculturas de gelo. Há também festas públicas e particulares, shows, queima de fogos e bailes.



A festividade canadense ocorre tradicionalmente entre o final de janeiro e início de fevereiro, com duração média de 15 dias. O frio e a neve desafiam os foliões a saírem de casa em uma temperatura de até -10º C.




Bolívia


Também reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o Carnaval da cidade de Oruro teve origem, há mais de dois séculos, na Festa de Ito, comemoração do antigo povo uru para celebrar seus deuses por meio de danças que invocavam as divindades andinas de Pacha Mama e Tio Supay. Remete a antigas tradições indígenas, incorporadas posteriormente à tradição cristã ligada à Virgem da Candelária.


Proibidos pelos espanhóis de honrar suas divindades, os urus as sincretizaram com a Virgem e o Diabo, reforçando a principal característica do Carnaval de Oruro hoje em dia: as Diabladas, danças em que os foliões usam máscaras e trajes demoníacos.


Trinidad e Tobago

Trinidad e Tobago celebra o Carnaval no período tradicional, como no Brasil. A festividade, que remonta ao século XVI, é uma das mais importantes da cultura local e foi introduzida pelos franceses, que mantiveram o controle do país até o século XVIII. Na época, os bailes de máscaras eram frequentados apenas para proprietários de grandes plantações.


Impedidos de participar dos bailes, os escravos negros criaram, então, um Carnaval paralelo, que, além de assimilar elementos da festa europeia, caracterizou-se pelo colorido, sátiras e pelo domínio de ritmos afro-caribenhos nascidos no país, como o calipso e, atualmente, a soca. Nas competições musicais, o título de Rei do Calipso (Calypso Monarch) é bastante prestigiado.


Colômbia


O Carnaval da cidade de Barranquilha, na Colômbia, foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2003 e é considerada a segunda maior festa do gênero no mundo, atrás do Rio de Janeiro.


Com forte apelo folclórico, é uma celebração que data, pelo menos, desde o século XIX: as atividades da cidade são paralisadas e as ruas são tomadas por foliões.


A Batalha das Flores é o momento mais aguardado e marca a abertura da festa. Liderado pela rainha do Carnaval, o desfile de seis horas traz muita música, fantasias e carros alegóricos. Típicos do Carnaval de Barranquila, os Marimondas são personagens vestidos de capuz com um longo nariz e grandes orelhas. Ritmos típicos, como o mapalé e a cumbia, embalam as atividades e festas ao ar livre.


Equador


No Equador, o Carnaval tem celebrações diferentes. Na cidade de Guaranda, a 220 quilômetros de Quito, acontece uma festa de rua, com brincadeiras que lembram os antigos carnavais brasileiros e seus lança-perfumes. Balões de água, farinha e até mesmo ovos e lama são lançados contra amigos e familiares, mas também em direção a desconhecidos. Uma espuma colorida muito parecida com creme de barbear, a carioca, é bastante popular.


Já em Ambato, localizada a cerca de 150 quilômetros da capital, a festividade recebe o nome de Festa das Flores e Frutas. Mais "moderado", esse Carnaval existe desde o início dos anos 1950 como uma celebração pelo renascimento da cidade, que sofreu um grave terremoto em 1949, causando a morte de mais de cinco mil pessoas. É caracterizado por festas de rua, concurso de rainha da cidade e carros alegóricos decorados com flores e frutas. Outras cidades equatorianas também comemoram o Carnaval, com música, dança, fantasias e roupas típicas.


México


O Carnaval chegou ao México pelas mãos dos colonizadores espanhóis. É celebrado em mais de 200 comunidades, mas a maior comemoração acontece em Veracruz e chega a durar até nove dias. Os desfiles, concertos e eventos especiais são realizados nos espaços públicos, restaurantes, bares e casas noturnas.


O destaque vai para a Queima do Mau Humor, quando os mexicanos de Veracruz literalmente queimam, na principal praça da cidade, personagens, políticos, ideias, acontecimentos e quaisquer coisas indesejáveis – até vírus e doenças. Durante o ritual é feita a leitura de um texto sobre quem está sendo "queimado".

Há, então, a escolha da rainha e do rei do Carnaval, as festas e, no final do período, o enterro de Juan Carnaval. Os foliões se vestem de preto como luto pelo fim dos folguedos e realizam a leitura do testamento.


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