O feriado prolongado do herói civil nacional, Tiradentes, coincide com a data de aniversário de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960 pelo então presidente Juscelino Kubitschek. As apresentações gratuitas de Elba Ramalho (21), Raça Negra (22) e da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (23), na Torre de TV; e de Renato Teixeira, na Praça dos Três Poderes, também no domingo (23), marcam os 57 anos da capital do Brasil.
A festa de aniversário inclui filmes, espetáculos infantis, apresentações itinerantes e ações educativas com o tema Cultura, Patrimônio e Identidade, em uma referência ao reconhecimento do Plano Piloto como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1987, e dos 60 anos do concurso que escolheu o projeto da nova capital, de autoria de Lúcio Costa, em 1957.
Brasília foi o primeiro conjunto arquitetônico construído no século XX a ser tombado pelas Nações Unidas. O Plano Piloto, pela sintonia entre o projeto urbanístico de Lucio Costa e a arquitetura de Oscar Niemeyer, é considerado uma das maiores realizações culturais do século passado. A construção da nova capital ainda cumpriu a missão de promover a integração e interiorizar o desenvolvimento do Brasil. A obra começou com 2,5 mil operários e atraiu, em três anos de construção, uma população estimada em 80 mil "candangos" - trabalhadores de todas as regiões do Brasil. Atualmente, o Distrito Federal tem 2,97 milhões de habitantes, a 3ª maior população do Brasil.
Anualmente, mais de um milhão de turistas visitam Brasília atraídos pela arquitetura e o turismo cívico. A imagem mais marcante, para quem observa a cidade do alto da Torre de TV, é a do cruzamento entre os eixos Monumental e Rodoviário, que definem o traçado urbano da capital. Do Leste para o Oeste, destacam-se a Praça dos Três Poderes, com os palácios do Congresso Nacional, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal; e a Esplanada dos Ministérios, onde se sobressaem os palácios da Justiça e do Itamarati. No eixo Rodoviário ficam as quadras residenciais das Asas Norte e Sul, as quadras comercias e serviços setorizados como hotéis, bancos, igrejas e hospitais.
Além dos palácios e prédios públicos, diversos atrativos como pontes, jardins, painéis e esculturas, revelam a arquitetura e a arte das últimas seis décadas marcadas pelo modernismo da capital federal. A Catedral Metropolitana, o Conjunto Cultural da República (teatro, museu e biblioteca), a Torre de TV, o Memorial JK e o Palácio da Alvorada, entre outros monumentos, também impactam pela integração entre o urbanismo, a arquitetura e a as artes plásticas.
É possível, ainda, se encantar pelo paisagismo de Burle Marx que embeleza, entre outros espaços, os jardins do Itamarati, do Setor Militar Urbano e da 308 Sul. O acervo arquitetônico, urbanístico e paisagístico, além de grande beleza e singularidade, dá a capital da República a característica de uma cidade-parque, densamente arborizada e emoldurada pelo Lago Paranoá, principal área de lazer, assim como o Parque Sarah Kubitschek.
Natureza e espiritualidade
A exuberância do Cerrado e a localização da cidade a mais de mil metros de altura, no Planalto Central, fazem de Brasília um destino de ecoturismo e aventura com dezenas de atrativos naturais tanto no Distrito Federal quanto no seu entorno. As comunidades espirituais e templos religiosos também se destacam entre os atrativos para os visitantes.