Os visitantes do Parque Estadual Pico Paraná, entre os municípios de Antonina e Campina Grande do Sul, no Litoral do Estado, têm a partir desta semana o acesso livre às trilhas. O Parque, que fica no topo de montanhas, ganhou uma área de passagem que foi desapropriada pela Prefeitura de Campina Grande do Sul e que deve ser repassada em regime de comodato ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), órgão responsável pela Unidade de Conservação.
Antes da desapropriação, visitantes e montanhistas tinham que caminhar por áreas particulares e o acesso era cobrado por fazendeiros da região. Com a desapropriação, criou-se um novo caminho para chegar ao parque onde não há porteiras.
"Com a desapropriação do trajeto nós damos ao cidadão o direito do livre acesso às áreas públicas e otimizamos as alternativas de renda de moradores da região. Eles podem manter a cobrança por serviços prestados, como estacionamento, alimentação, hospedagem e até mesmo outros serviços turísticos", explicou o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do IAP, Guilherme Vasconcellos.
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De acordo com o diretor, a área de acesso deve receber investimentos em breve para dar melhores condições de uso aos visitantes. "Estamos montando o processo de licitação para construir uma base para os montanhistas e estrutura de acesso aos visitantes que passarão a ter um abrigo e banheiros, o que não podíamos oferecer, até então, por conta da falta de posse de área pública na base dos morros", explicou.
No Parque Estadual está o ponto mais alto do Sul do País – 1.877,39 metros acima do nível do mar. Por isso, a Unidade de Conservação recebeu o nome de Pico Paraná. Com pouco mais de quatro mil hectares, a Unidade faz divisa com o Parque Estadual Roberto Ribas Lange, ao sul.
A região atrai montanhistas e aventureiros que trilham o cenário descoberto pelo pesquisador alemão Reinhard Maack, em 1940. Do topo do Pico Paraná é possível avistar todo o conjunto de serras e as baías de Paranaguá e Antonina, além de Curitiba e região.
Da entrada principal, agora com acesso liberado, a caminhada até o cume leva de seis a 10 horas e exige uma boa dose de preparo físico, além de outras precauções. "Apesar de deslumbrante, o Pico Paraná também é um local selvagem e uma alta montanha. Por isso, deve ser explorado por visitantes com preparo para este tipo de ambiente ou que sejam guiados por pessoas experientes", alerta o gerente da Unidade de Conservação, Harvey Schlenker.
Para quem tem pouca ou nenhuma experiência neste tipo de turismo, a recomendação de Schlenker é procurar clubes de montanhismo para organizar passeios em grupos ou para pedir indicação de um guia experiente. "Estes clubes sempre têm programação de atividades na montanha. Além de darem mais segurança, é uma oportunidade de fazer um passeio ao lado de pessoas que têm grande conhecimento e informações bacanas sobre o local", diz o gerente do parque.
Além das montanhas, cercadas pela Serra Ibitiraquire, o Parque conserva uma mata densa e exuberante de floresta atlântica, o trecho mais bem conservado do Brasil. A floresta é formada por arbustos, xaxins, trepadeiras e os mais variados tipos de bromélias, orquídeas e samambaias, que convivem com árvores de mais de 30 metros de altura, como o cedro, a canjarana, a figueira-branca, a canela-preta e o sassafrás. Em diferentes épocas do ano a floresta fica ainda mais bela, quando guapuruvus, guaricicas e quaresmeiras se cobrem de flores.
A mata também abriga bugios, serelepes, pacas, ouriços, quatis, cutias e jaguatiricas, que deixam pegadas por toda a floresta e podem ser observados à distância. São 71 espécies, muitas delas ameaçadas de extinção, como a onça-pintada e a suçuarana.
(Fonte: Governo do Paraná)