Especialista na área de aviação criticou o fato de que os brasileiros dão mais importância ao preço que do às questões relativas à segurança do transporte aéreo. A declaração do professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Átila Freire, surge um ano após o desastre que matou 228 passageiros e tripulantes do voo 447 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico quando fazia a rota Rio de Janeiro – Paris.
Para o pesquisador do Laboratório de Mecânica da Turbulência do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ, as pressões competitivas do mercado têm de ser avaliadas pela sociedade como um todo.
"Quando se viaja de avião, o brasileiro se preocupa com a tarifa do voo, mas esta preocupação deve ser subsidiária da preocupação com a segurança", disse ele, segundo informações da Agência Brasil.
Mais segurança
Durante um seminário sobre segurança aérea realizado no Rio de Janeiro na última terça-feira (1º), Robert Breidenthal, do Departamento de Aeronáutica e Astronáutica da Universidade de Washington, em Seattle (EUA), advertiu que muitas empresas em todo o planeta vêm tomando medidas tecnológicas de sofisticação que tornam os voos mais seguros.
"Mas as empresas de voos comerciais são cada vez mais obrigadas, competitivamente, a oferecer menores preços", declarou o especialista.
Já para Cláudio Gomes Pimentel, do Instituto de Meteorologia da UFRJ, "o Brasil tem tecnologia para prever condições meteorológicas que contribuem para [evitar] acidentes como o ocorrido com o voo 447. Mas o acesso a essas informações ainda é muito restrito a órgãos militares e empresas de aviação", afirmou. "Os centros de pesquisa poderiam contribuir bastante para melhorar modelos de análise de condições de voo, mas precisam ter acesso a essas informações", finalizou Pimentel. (Fonte: InfoMoney)