As principais atrações de Caiobá são as praias Brava e Mansa. Ambas são tranquilas, sem muitas festas e agitações. Foram exatamente essas qualidades que atrairam a empresária londrinense Ricele Machado. Ela e a família embarcam para Natal (RN) dentro de alguns dias e resolveram aproveitar o Litoral paranaense antes de viajar. O marido dela, o gerente comercial gaúcho Elton Comoretto Cardoso, visita Caiobá pela primeira vez. O destino foi escolhido por eles especialmente porque estão acompanhados de duas crianças, a filha e a sobrinha. ‘Guaratuba tem muita badalação. Aqui é mais tranquilo. Além disso, encontramos a praia bem limpa’, diz Ricele. A empresária lembra que na adolescência costumava passar as férias no Litoral do Paraná.
A médica oncologista Cláudia Lorenzato também concorda com a escolha. Sempre que pode, ela deixa Curitiba e passa o dia em Caiobá. ‘Quando tenho um tempo de folga desço a serra de manhã e volto para casa no final da tarde. Ler um bom livro na areia, desfrutando de um dia ensolarado, revigora qualquer um’, opina. Ela acredita que essa praia tem boa infraestrutura e a qualidade da água do mar é boa. ‘Só perde para as de Santa Catarina’, diz.
Por ser o destino predileto das famílias, sempre acompanhadas de crianças, o cuidado com o mar deve ser maior. Segundo o sargento Luis Audir, os principais casos de afogamento ocorrem próximos de placas de sinalização que informam áreas proibidas de banho. ‘Muitas pessoas desrespeitam os avisos’, alerta. Ele aconselha que os banhistas entrem no mar em regiões onde haja algum guarda-vida. ‘É necessário atenção sempre’, aconselha.
Estrangeiros
Não são apenas as famílias paranaenses que elegeram Caiobá como destino ideal. Argentinos, a cidade de Corrientes (800 quilômetros ao Norte de Buenos Aires) vieram aproveitar a temporada de sol e calor. Marcelo Nascimento e toda a família disseram preferir essa região por ser uma região mais calma e segura. ‘Aqui não tem tanto furto e assalto como em Santa Catarina’, opina.
O grande movimento de turistas aquece a economia local. A empresária Lídia Guell é proprietária da loja Atlântica. Ela vende de tudo. Desde artigos para casa, como baldes e pratos, até produtos para a praia, como protetor solar e toalhas. Lídia explica que as vendas já triplicaram neste início de temporada. Por isso, os últimos meses de 2009 serviram para ela aumentar o estoque. ‘Agora é hora de trabalharmos bastante. Só descanso em junho, quando fecho a loja durante 30 dias’, conta.
Viva Verão
Quem passa férias na região pode aproveitar as atividades realizadas pelo projeto Viva o Verão, promovido pelo governo do Estado. Até 31 de janeiro serão realizadas caminhadas, aulas de axé e surfe, alongamento e avaliação física nas areias da praia. Há um estande de informações no local com a programação completa das atividades. As aulas são promovidas de terça-feira a domingo, das 8 às 12 horas e das 16 às 20 horas.
As praias de Shangri-lá, Ipanema e Guaratuba recebem programação semelhante.
Preço do aluguel pode dimuir
Alugar um imóvel para passar o Ano-Novo no litoral paranaense foi difícil para quem deixou para a última hora. Os turistas se prepararam com antecedência e os retardatários não tiveram muitas opções de escolha. Porém, a partir de agora, a procura diminui e os preços podem até baixar.
Em Caiobá, a imobiliária Crescer alugou todos os 87 apartamentos disponíveis no Ano-Novo. Os preços variavam de R$ 180 a R$ 800 por dia, dependendo do número de quartos e da localização dos prédios. Quando mais perto do mar, maior o valor. Segundo o corretor Ricardo Heleno, os preços tendem a diminuir a partir da segunda semana de janeiro. ‘É o período em que aumenta o número de apartamentos disponíveis, pois muitas pessoas voltam para casa. Fica mais fácil negociar o valor já que a oferta aumenta muito’, explica.
Na Ilha do Mel Imóveis, que trabalha com locação de casas e apartamentos na região da praia de Ipanema, a procura foi menor em comparação ao ano passado. Mesmo assim, foram aproximadamente 100 imóveis alugados para o Ano-Novo. O proprietário da corretora, Israel Pires, explica que no final de 2008 o Litoral paranaense recebeu mais turistas por conta dos desastres naturais em cidades de Santa Catarina.
Outro motivo ainda mais forte pela diminuição do movimento foi o baixo número de imóveis disponíveis para locação. ‘O dono de uma casa no Litoral aluga o imóvel quando precisa de dinheiro. Em janeiro e fevereiro é possível lucrar entre R$ 4 mil e R$ 8 mil, dependendo do número de quartos do imóvel. Como o setor econômico melhorou, muitos proprietários resolveram não alugar, e sim aproveitar suas casas nas praias nesta temporada’, explica Pires.
Em Ipanema, os aluguéis custam, em média, R$ 300 por dia. Anualmente, os preços aumentam cerca de 10%. ‘Se o dono faz alguma reforma ou adquire mobiliário novo, o preço pode subir até 20%’, acrescenta.