Em vez de apenas olhar, interagir com o ambiente. Esse é o turismo de experiência, que propõe desde a participação do visitante em um jantar imperial até a confecção de panelas de barro com caiçaras
Participar de um jantar imperial num palacete, colher uvas diretamente do vinhedo, plantar uma árvore ao lado de uma trilha na mata, pescar ou fazer panelas de barro em comunidades caiçaras são alguns dos exemplos do turismo de experiência, uma tendência mundial que encanta quem não se contenta apenas em admirar novas paisagens.
Bastam algumas pesquisas na internet para perceber que a novidade virou moda no Brasil. O grande diferencial do turismo de experiência é fazer uma viagem que inclua algum programa notável, algo que permite ao visitante interagir. O passeio vira uma espécie de aventura, algo bem diferente do que a pessoa está acostumado a vivenciar no seu dia-a-dia, principalmente para quem mora nas grandes cidades.
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Nesse caso, a solução para quem é da capital paulista, por exemplo, pode estar bem perto, logo ali no litoral. A Entreter Turismo, instalada em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, tem um pacote chamado Expedição Caiçara. O roteiro começa em Ilhabela e contempla atividades de jipe, trekking e tour náutico.
"O turista pode participar de atividades ligadas à cultura caiçara, como mariscar, pesca artesanal, refeições típicas, passeio de canoa e caminhadas em trilhas que apenas os moradores conhecem", explica Rogério Barroso, proprietário da agência. "O visitante também pode observar artesãos locais e ter a oportunidade de fazer uma rede de pesca ou uma panela de barro", diz.
Quem gosta de algo sofisticado, tem como opção conhecer a Rota Petrópolis Imperial, na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Na pousada Paraíso, por exemplo, o turista pode jantar numa atmosfera de nobreza, inspirado na gastronomia da século 19, e ouvir a Serenata Imperial. "O passeio transporta à vivência de fatos costumeiros da época, sensibilizando o espectador para um estilo musical e poético próprios da época do Brasil Império", conta Evany Noel, proprietária da Imperial Tour.
Os amantes da natureza podem ainda fazer uma trilha que prevê uma parada para plantar uma árvore. "A pessoa pode colocar uma placa com o seu nome e acompanhar o desenvolvimento via internet pelo site da pousada", explica Evany.
Se o destino escolhido for a Serra Gaúcha, o roteiro pode incluir uma estrada de chão que leva a um paiol num ambiente que remonta aos antigos romances históricos ou uma capelinha que pode servir para encontros ou preces. Esse cenário pode ser visto na região de uva e vinho do Rio Grande do Sul. O passeio inclui visita ao Museu do Imigrante e almoço ou jantar no Restaurante Sbroglio, no município de Nova Prata.
"O visitante pode conhecer o museu, colher as verduras que serão servidas na refeição ou levar mudas de frutas e flores para casa", conta Maria Sbroglio, proprietária do restaurante.
O restaurante de Dona Maria integra o projeto "Economia da Experiência", um piloto desenvolvido pelo Ministério do Turismo (MTur) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Sindicato local dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares daquela região (SHRBS), junto a micro e pequenas empresas da cadeia do turismo local.
Esses atrativos turísticos estão sendo desenvolvidos com base no conceito da"Sociedade dos Sonhos", cuja proposta para a formação e venda de produtos leva em conta principalmente o sentimento, a experiência, a emoção que causará ao consumidor. "A idéia é fazer com que cada atrativo seja uma experiência única para o turista", explica a diretora executiva SHRBS local e gestora do projeto da região, Márcia Ferronato.
Também na Serra Gaúcha, o turista pode passar um dia bem diferente na Villa Valduga. A programação começa com um farto café da manhã servido nos vinhedos. Depois o visitante recebe um chapéu de palha e um avental e sai para a colheita da uva. "Tudo acompanhado por um coral italiano", conta Andresa Provenzi, gerente de hospedagem da vinícola Casa Valduga. Depois de um almoço italiano e a visita ao laboratório e engarrafamento do vinho, ele pode participar do processo de esmagamento da uva. "Mas, esse roteiro ocorre nos meses de janeiro a março, que é a época de colheita da uva", lembra Andresa.
De acordo com Sáskia Lima, coordenadora geral de Segmentação do Mtur, o projeto começou em 2006 e hoje inclui empreendimentos de cinco regiões do Brasil. Além da região da uva e do vinho, onde tudo começou, hoje fazem parte da iniciativa empreendimentos turísticos localizados em Belém, no Pará; na Costa do Descobrimento, na Bahia; em Bonito, no Mato Grosso do Sul, e no município de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
"Esses quatro anos de projeto geraram uma metodologia de trabalho que poderá ser aplicada em outras regiões do Brasil, que com certeza têm muito potencial para receber o turista que busca vivenciar uma experiência única", afirma.
Serviços:
Entreter Turismo
Telefone: +55 (12) 7814 1715
E-mail: [email protected]
Site: www.entreter.tur.br
Imperial Tour
Telefone: +55 (24) 2231 1558
E-mail: [email protected]
Pousada Paraíso
Telefone: +55 (24) 2223 3670
E-mail: [email protected]
Site: www.pousadaparaiso.com.br
Restaurante Sbroglio
Telefone: +55 (54) 3242 5536
Villa Valduga
Telefone: +55 (54) 2105 3154
E-mail: [email protected]
Site: www.casavalduga.com.br