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Tradição

Oktoberfest: festa alemã coroa as belezas de Blumenau

Redação Bonde
06 out 2009 às 11:10

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- Marcelo Martins/Pref. Blumenau
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Nas 25 edições já realizadas, mais de 16 milhões de pessoas passaram pelo parque da Vila Germânica, antigo Proeb, que abriga a festa todos os anos. Este ano a festa começou no dia 1 de outubro e segue até o dia 18.

Se à primeira vista a Oktoberfest parece uma festa somente para jovens, não é exatamente isso que se vê. Quando abrem os pavilhões o público predominante é de vovôs, vovós e casais com crianças. A preocupação tanto com o público da melhor idade quanto com os pequeninos é evidente. Além de uma tarde para a melhor idade, no dia 8, nos pavilhões, é possível visualizar a "Kinder Haus", ou casa da criança, um espaço destinado à identificação dos pequenos.

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A festa surgiu em 1984 e reuniu 102 mil pessoas. Porém foi em 1986 que ela se consagrou no calendário nacional, atraindo cada vez mais gente do Brasil e do exterior para Blumenau. Ela garante o contato com a cultura genuína e autêntica do Vale do Itajaí, como as danças típicas, música e gastronomia. Pelo terceiro ano consecutivo será realizado no Parque Vila Germânica. Os desfiles oficiais na Rua XV de Novembro este ano acontecerão em seis dias (1, 3, 7, 10, 14 e 18 de outubro), sempre às 17h nos sábados e às 19h30 nas quartas. Eles são uma das maiores atrações da festa com os seus carros de grupos folclóricos e a rainha e princesas da Oktoberfest. Uma das principais atrações do desfile é o Planetapéia (ver matéria).

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Além de várias lojas com lembranças da festa, haverá apresentação de grupos folclóricos, e shows todos os dias. Três bandas alemãs vão garantir a animação da festa: Heidelberg Quartett of Five, Original Haderlumpen e Alan Best und die Gaudibuam. O diferencial deste ano é a contratação de seis DJs vindos diretamente da Alemanha. Yves Murasca, Dave DK, Chopstick, Julietta, Namito e Oliver Klein, além da presença da consagrada VJ Heiligenblut são os nomes que contagiarão o Setor 3 da Vila Germânica com música eletrônica nas quintas-feiras e sábados da festa.

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Sempre às 22 horas acontece o tradicional concurso nacional de chope em metro e o do mais rápido bebedor de chope da festa. A disputa acontece com fases classificatórias, semifinais e final. O concurso acontece também no Setor 3, com exceção dos dias 4, 5, 6, 8, 13, 15 e 18 e consiste em tomar mais rapidamente uma tulipa de 1m de chope (600ml). A bebida é servida em temperatura ambiente.


Além disso, no dia 18, acontecerá a escolha da rainha da próxima edição da festa. Porém, o mais esperado pelos bebedores de plantão é o desfile Bierwagen, que acontece no centro de Blumenau, sempre no período vespertino. O Bierwagen é conhecido como o "carro da cerveja", que passa distribuindo chope gratuito.

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Marcelo Martins/Pref. Blumenau
Marcelo Martins/Pref. Blumenau


A festa conta ainda com mais de 20 pontos que vendem o melhor da gastronomia típica. É indispensável experimentar o tradicional salsichão com mostarda. Entre as opções gastronômicas destacam-se pratos típicos, como o kassler, o eisbein e o marreco recheado. Para os apreciadores do chope, além do oficial (Brahma), diversas marcas regionais e artesanais produzidos pelas cervejarias do Vale do Itajaí são vendidos no local. O chope regional foi introduzido na festa pela primeira vez em 2005 e conquistou o paladar dos visitantes, especialmente pela variedade da bebida.


Roteiro das Cervejarias Artesanais

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Um dos costumes trazidos da Europa para Blumenau foi a fabricação de cerveja. Na Blumenau antiga, mais de 20 cervejarias artesanais respondiam pela produção caseira, abastecendo eventos desde bailes e festas familiares. Aos poucos as grandes empresas foram tomando conta do mercado local. Mas o apego às tradições e à cultura dos antepassados fez a cidade reaver seus valores e novas cervejarias surgiram com força na região, conquistando imediatamente o público pela qualidade. Todas seguem a Lei Alemã da Pureza, que limita em quatro os ingredientes utilizados na produção de cerveja. Essa lei está em vigor até hoje na Alemanha. Hoje, as cervejarias estão cada vez mais integradas com o turismo e a cultura da região. Para os apreciadores de uma boa cerveja, ou mesmo curiosos quanto à sua fabricação, a dica é um passeio nas empresas. O roteiro das cervejarias artesanais compreende a visita às cervejarias Bierland, Borck, Das Bier, Eisenbahn, Heimat, Schornstein e ZeHn Bier.


Blumenau

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Marcelo Martins/Pref. Blumenau
Marcelo Martins/Pref. Blumenau


Basta uma única volta pela cidade para notar a influência européia na arquitetura local. Não é à toa que Blumenau, junto com as cidades vizinhas de Pomerode, Indaial, Brusque e Ibirama receberam o apelido de "Vale Europeu". Além de toda a influência alemã, quase predominante, a tradição italiana também se faz presente em alguns locais. Na arquitetura, as casas em estilo enxaimel (com tijolos sem reboco e traves de madeira) são vistas em todo o canto, assim como os jardins sempre floridos. Além disso, o hábito de beber chope e a gastronomia são outros aspectos marcantes de Blumenau.


Um rápido passeio pelo centro de Blumenau é obrigatório para quem estiver na cidade, principalmente nos arredores da principal rua da cidade, a XV de Novembro, onde acontecem os desfiles da Oktoberfest e concentra-se boa parte do comércio. Uma dica é iniciar a caminhada pelo Biergarten (jardim da cerveja), que fica no início da rua. No local também fica o Museu da Cerveja, onde estão expostas peças que pertenceram à antiga cervejaria Feldmann. Há também painéis e diversos utensílios que contam a história e explicam o processo de fabricação da bebida.

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Marcelo Martins/Pref. Blumenau
Marcelo Martins/Pref. Blumenau


Ainda na XV de Novembro, a Matriz, uma edificação moderna e sem estátuas, difere dos tradicionais templos católicos. Para conhecer uma igreja mais típica da colonização alemã o ideal é procurar a luterana, na esquina da alameda Duque de Caxias com a rua Amazonas. Nos bares e restaurantes da cidade a dica é pedir o chope Eisenbahn, produzido pela principal cervejaria artesanal de Blumenau, a Sudbrack, que procura retomar a tradição local de fabricação de cerveja. Quem não bebe álcool pode pedir a laranjinha, refrigerante de laranja típico da região.


A Sudbrack produz uma linha de cervejas especiais sem aditivos. A bebida é fabricada apenas com cevada, lúpulo, fermento, água e malte (no caso da cerveja escura), respeitando a Lei Alemã da Pureza de 1516. Essa lei, promulgada na Baviera, proíbe o uso de cereais adjuntos, como milho e arroz, e de produtos como estabilizantes e antioxidantes, usados nas grandes cervejarias. A marca Eisenbahn apresenta quatro tipos de cerveja: pilsen (mais leve e a mais consumida no Brasil), pale ale (com alta fermentação), weitzbier (tradicional cerveja de trigo do sul da Alemanha) e a dunkel (escurecida com malte, sem o uso de caramelo ou corantes). Ela também lançou, há pouco tempo, uma cerveja pilsen feita com matéria-prima orgânica (sem agrotóxicos).

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No Planetapéia a diversão é garantida


O Planetapéia é uma coleção de máquinas exóticas desenvolvidas pelo empresário Nerino Furlan, em Blumenau. Hoje estas máquinas são uma das principais atrações dos desfiles da Oktoberfest. Aos poucos a coleção foi caindo no gosto popular e todos os anos Nerino inventa algo novo para compor o desfile. Veja abaixo as máquinas que compõem o Planetapéia.


Centopéia - Foi onde tudo começou em 1987. Hoje é uma superbicicleta com 17 lugares, no começo eram apenas quatro, que Nerino usava para brincar com os seus 3 filhos. A partir da 4ª Oktoberfest, quando os filhos foram substituídos por quatro amigos, ela recebeu o nome de Centopéia do Chope. A partir daí, a cada nova edição da festa, mais um banco era acrescentado, isso até a 17ª edição da festa. Em 18 anos, 4.897 pessoas já pedalaram na Centopéia.


Locopéia - Criada em 1999, ela lembra as locomotivas de uma década atrás. Usando a imaginação, utilizando um rebocador de avião como base e materiais como cobre, latão, ferro, madeira e couro surgiu mais um "brinquedo". A capacidade é para transportar 10 pessoas, sendo seis na primeira classe e quatro na econômica.


Bondepéia - Sendo o terceiro brinquedo da série, foi construído no ano 2000 e como o próprio nome já diz lembra o bonde. Nerino partiu de uma plataforma de um ônibus e construiu um veículo com capacidade para 22 pessoas.


Fuscopteropéia - Uma mistura de fusca com helicóptero. Criado em 2001 é o único bar do mundo que gira numa hélice. No bar cabem 3 pessoas sentadas, no carro a capacidade total é para 7 fuscopteropeistas.


Garotapéia - Criado para atender aos pedidos das mulheres também em 2001, é uma bicicleta para as garotas. O criador usou o mesmo sistema construtivo de articulação da Centopéia, pode transportar duas mulheres por módulo em um total de 13 pessoas. Toda a bicicleta é decorada como se fosse um jardim ambulante e à frente uma foto da Monalisa.


Farofapéia - Este foi criado atendendo a uma solicitação de amigos. Serve para suprir as necessidades gastronômicas e etílicas nos encontros tradicionais da cidade de Blumenau. Construída em 2003, tem a capacidade de estocagem de 200 kg de farofa com galinha, atendendo 737 farofapeístas.


Alfapéia - Com capacidade para transportar 24 alfapeístas, é uma adaptação de um caminhão Alfa Romeo 1978 que abriga um bar sobre rodas. O caminhão pertenceu a Nerino que viajou boa parte do Brasil nele. Ao completar 24 anos de viagens ele recebeu a aposentadoria e foi transformado em mais um brinquedo.


Vikingpéia - Uma versão bem-humorada das viagens vikings. Construído em 2004 é um barco da alegria. Tudo começou pela plataforma de um Galaxy (carro da Ford) e acabou no barco mais exótico do planeta. A capacidade é para 4 tripulantes e 1 comandante.


Munique, onde tudo começou


Prestes a completar dois séculos da primeira edição, que aconteceu em 1810, a Oktoberfest de Munique foi criada a partir de uma corrida de cavalos para comemorar o casamento do príncipe herdeiro Luís.


A festa, para a qual estavam convidados todos os moradores de Munique, aconteceu num parque longe do centro, chamado de Theresienwiese. Ainda hoje é neste mesmo parque que acontece a Oktoberfest de Munique. O encerramento, e ao mesmo tempo o ponto alto da festa, era a corrida de cavalos, com a presença da família real da Baviera. O enorme sucesso fez com que fosse marcada outra festa para outubro do ano seguinte, e assim começou a tradição.

O festival de Munique é o maior do mundo. Anualmente, aproximadamente 10 milhões de pessoas participam da festa na cidade onde são consumidos 7 milhões de litros e atrai pessoas de toda a parte do mundo. Com a emigração dos alemães, a festa mais popular da Alemanha espalhou-se pelo planeta. Hoje existem Oktoberfests em diversos países, como Argentina, Brasil, Estados Unidos, Hong Kong, Itália, Vietname, entre outros. No Brasil, além de Blumenau, a Oktoberfest é realizada também em Santa Cruz do Sul, Igrejinha e no Rio Grande do Sul.


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