A cidade de Lapa, distante aproximadamente 65 km de Curitiba e undada em 1731, surgiu como um local para pouso de tropeiros. Anos depois se tornou um importante centro econômico do período colonial. Hoje possui um centro histórico muito bem preservado e uma gastronomia que remete aos tempos dos tropeiros. Apesar de sua atual tranquilidade, a cidade se tornou conhecida nacionalmente por ter abrigado um episódio da Revolução Federalista, o Cerco da Lapa, uma das mais sangrentas batalhas da história do país.
Ao entrar na cidade, o visitante irá se encantar com a beleza da avenida principal, a Dr. Manoel Pedro, antigamente chamada de Rua das Tropas. A avenida possui um passeio central sombreado por árvores dos dois lados que formam um túnel verde. Ali casais passeiam de mãos dadas, crianças andam de bicicleta e senhores sentam-se nos bancos para ler o jornal ou simplesmente ver a vida passar.
O centro histórico de Lapa é formado por 14 quarteirões com mais de 250 casarios coloniais. A cidade possui também jardins bem-cuidados, ruas e
paralelepípedos e fachadas históricas preservadas. No monumento conhecido como Panteon dos Heroes , pode-se conhecer um pouco do passado da cidade e prestar uma homenagem à bravura dos republicanos. Lapa torna-se ainda mais aconchegante à noite, ao ser iluminada pela luz amarela de postes antigos e lampiões.
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O Lipski
O restaurante Lipski é uma boa opção para aqueles que desejam experimentar a comida típica tropeira. O local que funcionou inicialmente como uma pensão, é hoje administrado pelo filho da sua fundadora. Em 1975, Roberto decidiu transformar a pensão de sua mãe num restaurante que servisse as delicias que ela sabia fazer na cozinha.
A quirera é uma das especialidades da casa. O prato, uma espécie de canjiquinha mineira, consiste em milho quebrado e socado no pilão, cozido junto com costelinha defumada. Entre os demais itens do cardápio fixo, cobrado individualmente, estão: virado de feijão com torresmo, lingüiça e ovo frito, arroz carreteiro, couve na manteiga e bisteca de porco.
A Revolução Federalista e o Cerco da Lapa
Após a proclamação da República, em 1889, a nova Constituição promulgada em 1891 transformou as antigas províncias em estados autônomos. No Rio Grande do Sul, devido às mudanças, houve calorosas discussões entre o Partido Federalista (o antigo Partido Liberal do Império) e o Partido Republicano Riograndense. Enquanto os primeiros, apelidados de maragatos, desejavam a reforma da Constituição do Estado, os integrantes do segundo, apelidados de pica-paus, queriam manter a perpetuação de seu líder, Júlio de Castilhos, no poder. Foi assim que eclodiu a Revolução Federalista, uma sangrenta guerra civil iniciada em 1893.
Com a recusa do presidente Floriano Peixoto em atender o pedido de intervenção federal dos maragatos,estes decidiram avançar sobre os Estados de Santa Catarina e Paraná. Ao alcançarem a cidade da Lapa, no início de 1894, ocorreu o episódio conhecido como Cerco da Lapa. A batalha marcou a resistência dos republicanos – liderados pelo general Antônio Ernesto Gomes Carneiro – ao avanço dos rebeldes que pretendiam chegar ao Rio de Janeiro para destituir o Governo Federal. Os resistentes, menos de 1.000 homens, enfrentaram de forma heróica os mais de 3.000 maragatos fortemente armados.
Foi apenas no 26o dia de batalha, após a morte do general Carneiro, que os locais se renderam às forças rebeldes.
Em 1895, durante o governo de Prudente de Morais, a Revolução Federalista chegou ao fim após um acordo de paz. Com o tratado, Júlio de Castilhos permaneceria no poder e os rebeldes federalistas seriam anistiados pelo Congresso.
Fonte: Brasil Sabor/Ministério do Turismo