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Vendas abaixo do esperado

Em meio à Copa, hoteis e companhias aéreas fazem promoções

Agência Brasil
03 jul 2014 às 12:57

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- Agência Brasil
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Quem pensa em viajar durante as férias de julho e não se programou com antecedência pode ter uma boa surpresa ao pesquisar os preços de pacotes turísticos e passagens. Como as vendas ficaram abaixo do que muitos empresários esperavam para o período de Copa do Mundo, agências de viagens, hotéis e empresas aéreas tentam atrair os viajantes de última hora com promoções.

Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), cujos associados respondem por 90% dos pacotes turísticos comercializados no país, a coincidência entre a realização do Mundial e as férias teve um "efeito colateral", esvaziando alguns destinos turísticos tradicionais. Para recuperar a clientela, algumas dessas localidades estão oferecendo pacotes de viagem até 40% mais baratos que no mesmo período de 2013.

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De acordo com o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, além da comodidade, fatores como os altos preços cobrados meses antes do início da Copa e o medo de problemas e transtornos desestimularam muitos brasileiros a viajar, levando-os, em um primeiro momento, a optar por ficar em casa durante as férias de julho.

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"Esperávamos que o turismo estaria em alta devido à Copa. Por isso, inicialmente, os preços de alguns serviços subiram bem acima da média. Os preços altos afastaram algumas pessoas que queriam viajar. O clima de pessimismo que antecedeu o evento, com as pessoas temendo problemas nos aeroportos e transtornos nas ruas, também desestimulou muita gente que preferiu ficar em casa", lembrou Ferraz. "Com voos e vagas em hotéis e os negócios bem ruins, as companhias aéreas e hotéis passaram a conceder descontos e isso permitiu às operadoras e agências montarem pacotes mais baratos", disse ele, acrescentando que o setor acredita que o investimento público na Copa do Mundo se traduzirá, no futuro, em um crescimento do número de estrangeiros que visitam o país. "Estamos pensando positivamente, levando em conta a visibilidade que o Brasil está obtendo. Historicamente, em países que sediam a Copa, o número de turistas cresce em média 10% nos anos seguintes".

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Mesmo sem dados consolidados, o diretor de comunicação da Confederação Nacional de Turismo, José Osório Naves, atribuiu a ociosidade de poltronas em voos domésticos e de leitos em hotéis, pousadas e resorts, principalmente das cidades onde não já jogos, à expectativa que antecipou o Mundial.


"A expectativa da Copa foi superestimada. Mas, como os brasileiros estão viajando menos em função do próprio Mundial e os estrangeiros de países vizinhos vieram, em sua maioria, de carro ou ônibus, a venda de passagens aéreas ficou muito concentrada", argumentou Naves, lembrando o grande número de estrangeiros hospedados em albergues da juventude, casas de moradores das cidades-sede ou que, no caso de muitos sul-americanos, simplesmente montam suas barracas em campings ou estacionam seus trailers e motorhomes onde é possível.

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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Enrico Fermi Torquato Fontes, garante que o nível de ocupação dos hotéis brasileiros já era esperado. "Historicamente, o movimento cai durante todas as copas. As pessoas viajam menos e até o número de casamentos deve ser menor. Se compararmos o resultado deste ano não com o de 2013, mas sim com o da Copa de 2010, não teremos grandes surpresas. A questão é que não há como comparar o movimento de um ano em que o país sedia o evento com outro em que o evento ocorreu em outro local", disse Fontes à Agência Brasil.


Dados preliminares da Abih indicam que em nenhuma das 12 cidades-sede a taxa de ocupação hoteleira chegou aos 100%. Em Belo Horizonte, a ocupação média do período atingiu 60% da capacidade; em Cuiabá, 85%; Curitiba (60%); Distrito Federal (55%); Fortaleza (90%); Manaus (55%); Natal (67%); Porto Alegre (80%), Recife (80%); Rio de Janeiro (90%); Salvador (85%) e São Paulo (60%). "Quem tem do que se queixar são as cidades onde não houve jogos. Mas esse não é, de forma alguma, um investimento perdido. Estamos certos de que boa parte dos estrangeiros voltará ao país e que, no futuro, o número de turistas estrangeiros vai aumentar graças à visibilidade que o país ganhou com a Copa", acrescentou Fontes.

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De acordo com o diretor da ABIH na Região Nordeste, José Manoel Garrido Filho, na Bahia, estado bastante procurado pelos turistas das regiões Sul e Sudeste que fogem do frio de julho, Salvador e localidades próximas como Trancoso e Morro de São Paulo atraíram turistas, mas em cidades e regiões mais distantes da cidade-sede, como Ilhéus e a Chapada Diamantina, a procura foi menor, em parte devido à fuga de brasileiros.


As empresas aéreas Gol e TAM alegaram questões estratégicas para não entrar em detalhes sobre suas políticas tarifárias. Ainda assim, a TAM confirmou oferecer passagens "a preços acessíveis" para junho e julho. As duas companhias destacaram que, como de costume, os preços variam conforme a procura e a antecipação da compra, entre outros fatores.


A expectativa do Ministério do Turismo é que, até o fim do campeonato, cerca de 3,1 milhões de estrangeiros e 600 mil brasileiros viajem pelo país. Para estimular os brasileiros a aproveitar as férias, o ministério lançou no último fim de semana uma campanha (#PartiuBrasil) em que serão investidos mais de R$ 4 milhões. A proposta é que os brasileiros aproveitem o bom momento e desfrutem da variedade de roteiros domésticos, bem como a gastronomia, a receptividade dos moradores e a facilidade de acesso às principais localidades turísticas.

Procurado para comentar as declarações dos representantes do setor turístico, o ministério informou que o ministro Vinicius Lage e o secretário especial de Turismo da cidade de São Paulo e presidente da SPTuris, Wilson Poit, apresentarão um balanço preliminar sobre a Copa esta manhã, em São Paulo.


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