A hipertensão arterial é uma doença que se manifesta de muitas maneiras. Por isso algumas pessoas começam com elevações ocasionais dos níveis pressóricos e podem evoluir para hipertensão arterial propriamente dita.
A primeira coisa a fazer é procurar um médico habilitado que vai verificar qual a frequência dessas variações. Se é possível relacioná-las com aumento do consumo de sal, aumento do peso ou mesmo momento de maior tensão emocional. Uma vez identificado um ou mais desses fatores, tenta-se removê-los.
É importante lembrar que muitas vezes a pressão aumenta sem que isso traga qualquer sintoma. O único meio de saber é aferir com um aparelho adequado e pessoa treinada para isso. Os sintomas mais comuns, quando presentes, são tonturas (principalmente quando o ambiente gira) e cefaléia, mais frequentemente dor na nuca.
O número de hipertensos tem aumentado e, o que é mais preocupante, em pessoas mais jovens. Estima-se que no Brasil aproximadamente 20% da população adulta sofra desse mal. E, pela condição de ser uma doença de longa evolução que leva a danos sérios do sistema vascular, lesando os chamados órgãos alvos (coração, rins e cérebro), seus portadores necessitam de cuidados constantes. Não só o uso de medicamentos, quando necessários, como também estímulos a mudança de hábitos de vida. Alguns deles com resultados interessantes, como por exemplo emagrecer. Há vários estudos demonstrando que a diminuição de 5% do peso corpóreo já traz impactos benéficos, diminuindo a pressão arterial. A prática regular de exercícios físicos também.
Outro aspecto a destacar é que o diagnóstico de Hipertensão Arterial é feito quando a medida estiver igual ou maior que 140/90 milímetros de mercúrio, em pelo menos três aferições, em momentos diferentes.
Se por um lado o aumento da pressão arterial é um diagnóstico, a sua permanência em níveis baixos, ou seja, a pressão sistólica abaixo de 100 milímetros de mercúrio de maneira isolada e em pessoas sem sintomas não costuma ser problema. Em outras palavras a chamada ''pressão baixa'' tem variação grande de indivíduo para indivíduo.
Em resumo, com os cuidados necessários, a maior parte dos pacientes hipertensos alcançam bom controle e podem levar uma vida normal e saudável.
Marco Fabiani - cardiologista (Londrina)