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Automedicação

Uso de colírio pode piorar olho vermelho?

Redação Bonde com assessoria
03 abr 2012 às 15:16

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- Divulgação
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta o Brasil como o quinto maior consumidor de medicamentos do mundo. Uma parcela importante da população toma remédio por conta própria e acaba pagando um alto preço por causa dos abusos.

Quando o assunto é a saúde dos olhos a automedicação permanece elevada. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, no verão 4 em cada 10 pacientes chegam à consulta usando colírio indicado por um amigo ou com base em uma prescrição anterior, mesmo que tenha sido feita para alguém da família.

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No restante do ano estudos realizados pelo médico mostram que são 3 em cada 10 pacientes."O brasileiro não vê colírio como remédio porque todas as fórmulas lubrificam. Mesmo que causem ardência ao entrar em contato com o olho, acabam melhorando o conforto visual momentaneamente", afirma. O problema, comenta, é que o alívio é muito rápido e as pessoas acabam exagerando no número de aplicações. Resultado – quanto mais pingam o colírio maior é o desconforto decorrente da concentração e toxidade dos conservantes.

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O uso indiscriminado e contínuo pode causar graves problemas na visão. Os principais são:

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· Catarata e glaucoma quando a fórmula contém corticóide.


· Catarata quando é um vasoconstritor indicado para deixar o olho branquinho.

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· Olho vermelho crônico, uma resposta à toxidade dos conservantes que causam ressecamento da lágrima e alterações na superfície ocular: ceratite (inflamação da córnea), simbléfaro (aderência da pálpebra ao globo ocular) ou espessamento da margem palpebral.


O médico afirma que os sintomas de toxicidade incluem sensação de areia nos olhos, ardência, sensibilidade à luz e visão turva. Quando uma irritação ocular melhora no início do tratamento e depois piora, é necessário interromper o medicamento, para verificar se o agravamento está associado ao colírio ou à evolução da doença. Nas pessoas em que os sintomas persistem, significa que a doença progrediu. Neste caso, o oftalmologista diz que substitui o colírio por outro sem conservante ou com conservante virtual que desaparece ao entrar em contato com a superfície ocular, tornando o produto adequado para o uso prolongado.


Procedimento para glaucoma

Queiroz Neto destaca que entre portadores de glaucoma o desconforto causado pelos conservantes dos colírios provoca 50% das interrupções de tratamento e pode levar à cegueira irreversível. Por isso, é uma doença que precisa de acompanhamento médico semestral ou anual, de acordo com a gravidade. Ele explica que o glaucoma de ângulo aberto, tipo mais comum da doença, tem como principal fator de risco o aumento da pressão interna do olho que lentamente lesa o nervo ocular até a completa cegueira. Os colírios e procedimentos cirúrgicos não restauram a visão, mas são a única forma de interromper a evolução da doença.


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