Os anticoncepcionais orais combinados, compostos por dois hormônios, apresentam possibilidades mínimas de gravidez - de 2 a 3, por mil mulheres, se usado durante um ano. Aqueles que contêm somente um hormônio (progesterona) são menos eficazes. Ambos têm potencial de falha pelo erro da usuária, como uso irregular, esquecimento etc.
A tendência moderna é a utilização de anticoncepcionais de doses baixas de hormônio, que torna a mulher mais suscetível a apresentar ''spotting'' (sinal de menstruação), fato que, equivocadamente, leva mulheres a suspender o uso da pílula, facilitando a gravidez indesejável. Tais ''spottings'' ocorrem frequentemente quando se utiliza anticoncepcional de baixa dosagem e/ou o uso de algum tipo de medicação, que interfere na ação do anticoncepcional.
Algumas drogas podem reduzir a eficácia dos anticoncepcionais orais. Antibióticos, anticonvulsivantes e antiepiléticos, por reduzirem os níveis sanguíneos dos hormônios, podem causar falhas, ocasionando gravidez indesejável. Antibióticos como a ampicilina e a tetraciclina são implicados em inúmeros relatos de casos de falha de anticoncepcionais.
Inversamente, os anticoncepcionais podem ser os responsáveis pelo aumento da eficácia de algumas drogas, como tranquilizantes. O organismo necessita de mais tempo para eliminar essas drogas, quando a mulher for usuária de anticoncepcional oral.
Drogas como vitamina C e acetaminofen (analgésico) aumentam o nível de hormônios no sangue, mas têm seu efeito diminuído, portanto, mulheres utilizando anticoncepcionais necessitam de doses maiores de analgésico. A cafeína e a teofilina, presente em medicações para bronquite, têm as ações acentuadas quando usadas com anticoncepcionais.
O grande equívoco é parar de tomar o medicamento quando estiver presente a mancha menstrual, que não é sinal de anticoncepcional fraco, mas pode significar que outro remédio alterou os hormônios circulantes no sangue. A interação com outros remédios mais frequentemente leva a desequilíbrios hormonais, sem que a eficácia do anticoncepcional seja afetada. A mulher não deve suspender o uso do anticoncepcional, porque, na maioria dos casos, tal atitude é responsável pela gravidez indesejável.
Osmar Henriques, médico especialista em Reprodução Humana