O esôfago é um tubo com cerca de 20 centímetros de extensão. Seu papel principal é transportar o bolo alimentar mastigado, da boca para o estômago. No limite entre o esôfago e o estômago há uma região, chamada cárdia, que funciona como uma válvula, que deve ser unidirecional; ou seja, o alimento que passou não deve retornar, assim como as secreções produzidas pelo estômago.
Se ocorrer o relaxamento da válvula há o retorno da secreção - em geral ácida, do estômago para o esôfago, Este material refluído, que pode incluir o próprio alimento (neste caso temos um sintoma chamado regurgitação), que é lesivo à mucosa do esôfago, que não resiste a ele.
Ocorrem lesões que podem ir desde uma simples vermelhidão até a formação de úlceras, significando os vários graus de gravidade da esofagite.
O soluço pode ocorrer porque um nervo chamado vago, que corre junto ao esôfago, pode ser sensibilizado; como este é o mesmo nervo que comanda os movimentos respiratórios, sua irritação pode causar espasmos (contrações) do diafragma, daí os soluços. Outras condições patológicas também podem desencadear os soluços, como qualquer processo inflamatório que comprometa órgãos abdominais ou torácicos e mesmo medicamentos. Nessa situação, deve-se procurar a causa, e não somente tratar a consequência.
Roberto Menoli - gastroenterologista (Londrina)