Aumentou em 21% o número de casos de brasileiros infectados pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) entre 2010 e 2018, de acordo com dados divulgados pelo Unaids (Programa Conjunto da ONU para HIV/Aids). O número coloca o Brasil como um dos países da América Latina com maior aumento de casos – foram cerca de 100 mil em toda a região ao longo de 2019. No mundo, 37,9 milhões de pessoas são portadoras do vírus.
Os dados são alarmantes. Pensando nisso, a OMS (Organização Mundial da Saúde) instituiu o Dezembro Vermelho, que tem o objetivo não só de informar sobre as maneiras de prevenção do vírus, mas também conscientizar a população sobre o preconceito e os estigmas em torno do assunto. Por isso, a infectologista Susanne Edinger, da Cia. da Consulta, esclarece 10 mitos e verdades sobre o HIV. Confira para ficar bem informado:
Depois de ter relação sexual sem proteção com uma pessoa que tem HIV não há nada que possa ser feito
Mito. Após a relação desprotegida com um paciente portador do vírus HIV, você pode procurar atendimento médico onde procederemos com a sua testagem para o vírus através de um teste rápido e indicaremos o uso da PEP (Profilaxia Pós-Exposição) com medicamentos específicos.
Não existe resultado falso positivo de HIV
Mito. Os testes realizados para a detecção do vírus seguem fluxogramas estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Existem testes rápidos para triagem e testes confirmatórios. Dependendo do método e do kit farmacêutico utilizado, pode haver falso positivo.
Pessoas com HIV que fazem o tratamento não transmitem o vírus
Verdade. Pessoas portadoras do vírus do HIV em tratamento regular com antirretrovirais e com carga viral indetectável não transmitem o vírus. Esse é um conceito mundialmente conhecido pela sigla em inglês U=U (Undetectable = Untransmittable, que em tradução literal significa Indetectável = Intransmissível).
É fácil adquirir HIV pelo sexo oral
Mito. É possível que haja transmissão por meio do sexo oral, mas, para isso, é preciso ter contato com o sangue de um indivíduo contaminado e com carga de vírus circulante positiva.
Brinquedos sexuais transmitem HIV
Mito. Os fluidos sexuais, assim como a saliva, não transmitem o vírus desde que não se tenha perfuração de mucosa e sangramento no ato.
Toda pessoa que vive com HIV tem Aids
Mito. Pessoas que vivem com HIV e estão em tratamento não desenvolvem doença causada pelo vírus, sendo indivíduos assintomáticos e que têm uma vida absolutamente normal. A doença Aids está presente em pessoas que não tratam o vírus por abandono de tratamento ou por desconhecerem seu diagnóstico. Por isso a recomendação que pessoas sexualmente ativas sempre sejam testadas, principalmente quando não há parceiros sexuais fixos.
Pessoas que vivem com HIV podem ter filhos sem o vírus
Verdade. Mulheres que vivem com HIV e estão em tratamento regular não transmitem o vírus para seus filhos. É importante ressaltar que em caso de parceiros positivos para o vírus é fundamental que o casal mantenha tratamento regular para evitar a transmissão.
O diagnóstico é feito somente por exame de sangue
Verdade. Atualmente outros métodos de triagem estão disponíveis, como o teste de fluido oral (saliva), mas os exames confirmatórios são realizados por meio de testagem no sangue, com a identificação do vírus e de suas proteínas de membrana.