O TDAHI (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade/Impulsividade) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e quase sempre acompanha a pessoa por toda a sua vida. Ele se caracteriza por uma combinação de três sintomas.
Um deles é a distração ou desatenção: que é a dificuldade em se manter concentrado em um assunto, pensamento, ação ou fala. Outro é a Impulsividade: as crianças se envolvem com mais frequência em brincadeiras perigosas, brigas, têm dificuldades com as regras e os limites. O último é a hiperatividade física e mental: são crianças que não param quietas e mudam de atividade rapidamente.
Observa-se nestas crianças uma inexistência de padrões ou normas que estabeleçam a variação do nível de atividade motora, isto é, ficam agitadas sem necessariamente existir um estímulo causando tal alteração.
Estas características são comuns nas crianças. Para determinar se é ou não TDAHI, têm que ser observadas a intensidade, a frequência e a persistência da distração, da impulsividade e da hiperatividade.
O diagnóstico não é simples porque determinar qual é o nível de atividade normal em crianças é um assunto que gera muita polêmica. Portanto ele tem que ser feito a partir da história de vida da criança, do seu comportamento nas diferentes situações, levando em consideração o parecer da escola, o relato dos pais e educadores. Os profissionais que farão a avaliação terão que conhecer o desenvolvimento infantil para ter critérios de comparação.
Para os pais de crianças com TDAHI é necessário ter um tempo para interagir, brincar com elas, incentivar jogos com regras, perceber como está o seu filho, se está muito cansado, proporcionar momentos em que ele possa descansar durante o dia; proporcionar atividade ao ar livre, levá-lo à praia, teatro, cinema ou para andar de bicicleta, evitar ficar apenas dentro de casa.
As atividades que requerem concentração devem ser feitas com intervalos para a criança não cansar muito.
É interessante usar um quadro ou mural para recados, bilhetes e listas de coisas a serem feitas; estimular o uso de uma agenda e, por fim, procurar elogiar seu filho e incentivá-lo nas coisas que ele possui habilidade, como contraponto para autoestima se manter alta.
Não poderia deixar de dizer paciência, pois os limites e as regras terão que serem verbalizados inúmeras vezes.
Elsie Silva, psicóloga (Londrina)