Antes de comentarmos a questão é importante definir que o termo apnéia significa ''parada da respiração''. O ronco - conhecido por todos, é oriundo das vibrações das estruturas do palato, esôfago, faringe e laringe. Existe uma patologia neurológica que é conhecida como ''apnéia obstrutiva do sono'', cuja característica principal é o ronco. Nestes casos, há períodos de apnéia e despertares noturnos sucessivos, que culminam num sono não reparador, além de sonolência durante o dia. É mais comum em homens e tende a aumentar com a idade.
Outras situações que podem surgir com as apnéias são a hipertensão arterial, cansaço, declínio de memória, depressão, transtorno de ansiedade, cefaléia matutina, redução da libido ou impotência sexual, e até isquemia (diminuição da irrigação sanguínea) cerebral. Temos conhecimento de que alguns casais apresentam problemas de relacionamento devido ao ronco de um de seus cônjuges.
Dentre as causas mais comuns temos a obesidade com um dos fatores preponderantes. Há causas otorrinolaringológicas (pólipos, desvio de septo, hipertrofia de amídalas, entre outras), rinite e faringite crônicas, patologias cardíacas, neurológicas e odontológicas (uso inadequado de próteses, má oclusão).
A avaliação e tratamento são multidisciplinares e envolvem a neurologia, otorrinolaringologia, odontologia, endocrinologia, psiquiatria e outros.
Inicialmente, para que haja uma investigação e diagnóstico preciso é indicado o exame chamado polissonografia em laboratório apropriado (laboratório do sono). A partir desta avaliação é possível estabelecer parâmetros para uma melhor condução do caso.
O tratamento inclui desde a perda de peso, uso de aparelhos odontológicos apropriados, máscara de oxigênio e até procedimentos cirúrgicos.
Lucio Baena Melo, neurologista